MP manda exumar corpo de jovem morto pela polícia após apologia a Lázaro

Hamilton Bandeira foi enterrado sem passar por necropsia e o Ministério Público deseja fazer a perícia nos projéteis para exame de balística, além de promover a reconstituição do crime

Moradores pedem justiça por Hamilton - Fotos: Reprodução/Redes sociais
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O Ministério Público (MP) do estado do Maranhão determinou, nesta quinta-feira (24), a exumação do corpo do jovem Hamilton Cesar Lima Bandeira, morador do Povoado Calumbi, em Presidente Dutra, interior do estado.

Ele foi morto a tiros, há uma semana, por policiais, depois de fazer apologia a Lázaro Barbosa, criminoso que está sendo caçado há 16 dias em Cocalzinho de Goiás.

Hamilton foi enterrado sem passar por necropsia e o MP deseja fazer a perícia nos projéteis para exame de balística, além de promover a reconstituição do crime.

Após postar um vídeo na internet afirmando que admirava o matador do Distrito Federal, Hamilton teria publicado uma foto com uma faca “dando a entender que faria algo semelhante [ao Lázaro], levando a população ao desespero”, segundo a delegacia regional. Além disso, o rapaz teria desejado "boa sorte" a Lázaro.

Hamilton foi baleado na frente da família dentro de casa, durante abordagem da Polícia Civil. Parentes relatam que o jovem sofria transtornos mentais e exibiram para a imprensa local as receitas médicas como comprovação.

Nesta quarta (23), os moradores fizeram uma manifestação pedindo justiça, devido à ação violenta da polícia.

Parentes relatam que Hamilton sofria transtornos mentais

“Isenção”

O promotor de justiça, Clodoaldo Nascimento Araújo, titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Presidente Dutra, determinou que as investigações ficarão a cargo de outros delegados que não os do município. O objetivo da medida é que “tudo seja apurado com a devida isenção cabível”.

Araújo afirmou que os delegados condutores do inquérito já foram oficiados para realizarem procedimentos essenciais à investigação, como a necropsia no Instituto Médico Legal (IML) para determinar a região dos tiros, a perícia nos projéteis retirados do corpo e a reconstituição do crime.

Com informações de O Globo