Na noite das campeãs, carnavalesco da Mangueira diz que desfile "é um recado para a sociedade"

Campeã do Carnaval carioca foi criticada pelo deputado Rodrigo Amorim (PSL/RJ), que quebrou a placa de Marielle e vê no enredo "doutrinação ideológica que chegou às escolas de samba, com narrativas que são frutos da dominação gramscista na cultura que critico veementemente"

Foto: Reprodução TV Globo
Escrito en BRASIL el
Responsável por chacoalhar o ativismo no campo progressista ao levar a Estação Primeira de Mangueira ao seu 20º título do Carnaval carioca, o carnavalesco Leandro Veira Jr. disse neste domingo (10) que "o desfile da Mangueira é um recado para a sociedade brasileira". "Eu acho que o desfile da Mangueira é um recado para a sociedade brasileira, que tem passado por um momento que não reconhece a força da identidade indígena, a força da identidade negra e dos pobres deste país", disse Vieira, durante o desfile das campeãs. Leia também: Vitória da Mangueira sacramenta derrota de Bolsonaro no Carnaval Segundo ele, "o enredo da Mangueira é um enredo de valorização da cultura popular e isso é fundamental para o Brasil de hoje". Na volta à Sapucaí, a escola que fez uma releitura da história do Brasil a partir da visão de "índios, negros e pobres" no enredo "História pra Ninar Gente Grande" foi ovacionada pelo público e recebeu críticas de simpatizantes da direita e do governo Jair Bolsonaro (PSL), um dos principais alvos da campeã do Carnaval. Perto do fim do desfile, a minutos de amanhecer, parte do público invadiu a pista e se mesclou aos componentes da escola. Dali saiu um breve coro de "ei, Bolsonaro, vai tomar no cu". Na arquibancada, a certa altura, duas faixas bilíngues contra Bolsonaro: uma que dizia "orgulho do Carnaval - vergonha do presidente", a outra, "proud of the Carnival - ashamed of the president". Responsável por elas, o coletivo mineiro Alvorada distribuiu ao longo da noite adesivos onde se lia "me beija que eu não votei no Bozo" (apelido do presidente entre seus detratores) e cartazes, de novo em português e inglês, com "Carnaval contra Bolsonaro" e "Carnival against Bolsonaro". Faixas de "Lula Livre" também foram erguidas. Doutrinação ideológica Representando a direita, o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL/RJ), que quebrou a placa de Marielle durante a campanha, disse que não gostou. Para ele, o tema mangueirense surfou na "doutrinação ideológica que chegou às escolas de samba, com narrativas que são frutos da dominação gramscista na cultura que critico veementemente". Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.