Na véspera do Dia dos Mortos, bolsonaristas vão à Paulista contra Doria e a vacina chinesa

Sem máscara e aglomerados, negacionistas erguem placas de "Ditadoria", faixas contra a obrigatoriedade da "vachina" e de apoio a Donald Trump

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Neste domingo (1), véspera do feriado de Finados, um grupo de bolsonaristas se reuniu na avenida Paulista, em São Paulo, em um ato contra o governador do estado, João Doria (PSDB), e a obrigatoriedade da vacina chinesa.

A manifestação dos negacionistas vem em meio a corrida pela finalização dos estudos e liberação da CoronaVac, vacina contra o coronavírus que vem sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantatan, do governo de São Paulo. Enquanto Doria afirma que a vacina no estado será obrigatória, Jair Bolsonaro tem dito que não vai obrigar ninguém a tomar o imunizante, e inclusive vem boicotando a compra da vacina produzida por São Paulo pelo governo federal.

No ato, os bolsonaristas acusam Doria de querer promover uma ditadura e pedem sua saída do cargo. Sem máscara, os manifestantes, aglomerados, também reclamam das medidas de segurança adotadas contra o contágio do coronavírus e levantam placas de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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O movimento contra a vacina chinesa e também contra a aplicação de vacina como um todo vêm crescendo no país, impulsionado, essencialmente, pelos bolsonaristas que flertam com negacionismo científico. Em Curitiba, por exemplo, foi realizado recentemente um pequeno ato em que os participantes pediam ao governo do estado a distribuição de cloroquina, substância que não tem sua eficácia comprovada contra a Covid, e diziam "não" à vacina.

Já na última quinta-feira (29), dois dias depois de ganhar destaque nas redes um vídeo em que apoiadores de Bolsonaro queimavam máscaras de proteção, veio à tona uma gravação de uma performance realizada contra a CoronaVac em Brasília. O vídeo mostra um grupo de bolsonaristas com camisas verde e amarelas correndo em direção ao Palácio do Alvorada fugindo de do presidente chinês Xi Jiping e do governador João Doria. O chefe de Estado chinês segura uma dose da Coronavac – chamada de “vachina” pelos manifestantes.