"Não sai de fuzil na rua, troca por uma Bíblia. Se você sair, vamos te matar", dispara Witzel

A declaração do governador do Rio de Janeiro foi dada em entrevista a Antonia Fontenelle, que se espantou com a afirmação, engoliu seco e disse "recado dado"; em outra ocasião, Witzel sugeriu bombardear comunidades cariocas com mísseis

Reprodução/Youtube
Escrito en BRASIL el
Em entrevista ao programa "NALATA", da atriz Antonia Fontenelle, no YouTube, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deu mais uma declaração polêmica ao afirmar, sem alarde, que simplesmente "vai matar" quem "sair de fuzil na rua". Ele ainda sugeriu à população a substituição do armamento por uma Bíblia. Ao ser questionado por Fontenelle sobre uma declaração "na lata" para seus eleitores, o governador disparou friamente: "Não sai de fuzil na rua não, troca por uma Bíblia. Por que, se você sair, nós vamos te matar". A apresentadora engoliu seco e disse "recado dado", antes de encerrar o programa. A fala veio logo após Witzel chorar dizendo que "jamais vai decepcionar seus eleitores" e reafirmar que tem como maior desejo virar presidente da República, de preferência, como sucessor de Bolsonaro. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a morte de civis em ações policiais cresceu 15% no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período em 2018. Em números totais: foram 881 mortos este ano contra 669 no ano passado. A  presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), em entrevista à Fórum, fez um alerta: "O índice de mortes violentas intencionais aponta a média, no Rio de Janeiro, de 20 pessoas assassinadas por dia". A polêmica declaração de Witzel pode ser conferida a partir dos 38 minutos e 50 segundos no vídeo abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=9DrsvVfn94A Mísseis em traficantes  De discurso bélico e autoritário, Wilson Witzel já chegou a sugerir, até mesmo, disparar mísseis contra traficantes. “O vagabundo bandido quer atalho e aí nós cidadãos não vamos aceitar isso. A nossa polícia não quer matar, mas nós não queremos ver cenas como aquelas que nós vimos, na Cidade de Deus, que se fosse com autorização da ONU em outros lugares do mundo, nós tínhamos autorização para mandar um míssil naquele local e explodir aquelas pessoas”, afirmou o governador em junho.