Noite de protestos no Rio de Janeiro pede saída de Cabral

Houve manifestação na Rocinha em protesto contra desaparecimento de homem levado por agentes da UPP para interrogatório

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Houve manifestação na Rocinha em protesto contra desaparecimento de homem levado por agentes da UPP para interrogatório Por Igor Carvalho [caption id="attachment_27198" align="alignleft" width="300"] Manifestantes fazem fogueira na rua onde mora o governador Sérgio Cabral (Foto: Fernando Frazão/ABr)[/caption] A rua Aristides Espínola, onde mora o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, amanheceu cercada por grades e com policiamento reforçado, após a noite de protestos contra o governo do peemedebista. O protesto começou por volta de 17h, já na frente do prédio onde reside o governador. Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 500 pessoas se reuniram no local. Eram 22h30 quando os conflitos entre policiais e manifestantes começou. Com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, o policiamento conseguiu afastar os manifestantes, que montaram barricadas com fogueiras, na entrada da rua Aristides Espínola, usando roupas e manequins de uma loja. Um repórter da Folha de S. Paulo foi atingido por uma bala de borracha e o tradicional bar Jobi foi alvo uma bomba de gás lacrimogêneo. Após serem dispersados, os manifestantes seguiram para Ipanema. Na rua Visconde de Pirajá, montaram barricadas com sacos de lixo, ocupando e interditando a via. Agências de bancos e lojas de grife foram quebradas por manifestantes. O “brucutu”, carro que lança jatos d’água, foi chamado e só então o protesto foi encerrado, por volta de 2h. Ao todo, 15 pessoas foram detidas durante a noite. Pautas Os manifestantes pediam o impeachment do governador Sérgio Cabral e a instauração de quatro CPIs: da Delta, da Copa, da “máfia” dos ônibus e do uso de helicópteros por Cabral e familiares. Nas manifestações, também houve gritos e reivindicações contra a privatização do Complexo do Maracanã e pela desmilitarização da Polícia Militar. Rocinha Moradores da Rocinha também protestaram. Os manifestantes ocuparam a autoestrada Lagoa-Barra para pedir explicações sobre o desaparecimento de Amarildo de Souza, que foi levado por agentes da UPP para ser interrogado no sábado (13) e, desde então, não retornou. A Polícia Militar informou que o caso está sendo investigado. Outra reclamação dos moradores foi a prisão de Jorge de Paula Santos e Rodolfo Ferreira de Souza, que seriam inocentes, segundo a comunidade, mas foram detidos durante a Operação Paz Armada da PM. Reunião de emergência Preocupado com a noite de protestos e a repercussão das manifestações nas vésperas da visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral convocou duas reuniões de emergência para a manhã desta quinta-feira (18). A primeira reunião da manhã foi com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, o comandante da Polícia Militar, Coronel Erir da Costa Filho, os secretários da Casa Civil, Regis Fichtner, e de Governo, Wilson Carlos Carvalho. Segundo a assessoria do governador, o encontro é para tratar do “vandalismo praticado na zona sul do Rio de Janeiro quarta-feira (17)”. A segunda reunião será com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), a desembargadora e presidente do Tribunal de Justiça, Leila Mariano, o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, e o defensor-geral do Estado, Nislon Bruno. Cabral, em nota, afirmou que os protestos contra a sua gestão têm ligação com a oposição.