DIREITOS VIOLADOS

Liderança quilombola é executada no Maranhão

Nos últimos dois anos outras seis lideranças quilombolas foram assassinadas no estado maranhense

Liderança quilombola é executada no Maranhão.
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O líder quilombola Edvaldo Pereira Rocha foi executado na tarde desta sexta-feira (29) no Maranhão. Segundo informações do advogado Diogo Cabral, Pereira Rocha foi executado por 2 pistoleiros e foi atingido por 8 tiros. 

Edvaldo Pereira Rocha era uma liderança do quilombo Jacarezinho, em São João do Soter, leste do Maranhão. Rocha é o 7º quilombola assassinado no Maranhão em menos de 2 anos. 

O assassinato de Pereira está vinculado a uma disputa por terra na baixada maranhense que apropriação ilegal e grilagem de terra. 

Nos últimos dois anos o estado do Maranhão registrou uma série de assassinatos. Segundo levantamento do InfoAmazonia, uma série de execuções, ameaças e perseguições marcaram o cotidiano dos quilombolas das comunidades Cedro e Flexeira, na Baixada Maranhense, nos últimos dois anos. Uma desembargadora, um procurador e um suplente de vereador estão diretamente envolvidos em conflitos fundiários contra as comunidades.

Flexeira fica no município maranhense de Arari, que em 2020 foi um dos líderes do ranking nacional de assassinatos em contexto de conflitos no campo, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Nos últimos dois anos, cinco quilombolas foram assassinados em Arari, dois moradores da Flexeira e três moradores da comunidade vizinha, Cedro. Todos os mortos são militantes do Fóruns e Redes de Cidadania e lutavam contra os cercamentos dos campos naturais da região.

O assassinato mais recente foi o de José Francisco Lopes Rodrigues morador da Cedro, conhecido como “Quiqui”. Depois de ser baleado por um atirador que se escondia em sua residência. Quiqui esteve internado por cinco dias em um hospital na capital São Luís antes de falecer em 08 de janeiro deste ano. 

Embora o executor não tenha sido identificado e o inquérito policial não aponte suspeitos, as lideranças comunitárias, familiares e vizinhos de Quiqui afirmam que o seu assassinato e dos outros quatro quilombolas teriam relação direta com um conflito de anos entre as comunidades e fazendeiros locais apontados como grileiros das terras tradicionais.

A íntegra do levantamento do InfoAmazônia pode ser conferida aqui.