Número de bilionários cresce no Brasil e no mundo mesmo com crise gerada pela Covid

Patrimônio dos bilionários brasileiros praticamente dobrou enquanto mais da metade da população enfrenta insegurança alimentar

Foto: Jorge Araujo/Fotos PublicasCréditos: Reprodução/ redes sociais
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A revista Forbes divulgou nesta terça-feira (6) o ranking dos Bilionários do Mundo de 2021. A lista, divulgada em meio à crise generalizada provocada pela pandemia de Covid-19, traz mais nomes do que a do ano anterior, tanto no mundo quanto no Brasil.

No mundo, o salto foi de 660 novos bilionários, com 2.755 compondo a lista. Esse pequeno grupo concentra 13,1 trilhões de dólares (R$ 73,46 trilhões, aproximadamente) da riqueza global. Isso é quase 10 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O mais assustador é que houve um crescimento de 5 trilhões de dólares no montante acumulado pelos super-ricos durante a pandemia. Segundo matéria publicada pelo editor da própria Forbes, Randall Lane, "esses números irão gerar uma quantidade infinita de consternação, a maioria delas justificada".

"Não há como evitar um aumento de riqueza coletiva de US$ 5 trilhões durante uma pandemia, quando a maior parte do mundo se sentia assustada, doente, sitiada. O capitalismo, o maior sistema de geração de prosperidade de todos os tempos, repousa sobre um pacto social de expansão, de design desigual, em última análise, levantando todos os barcos. A economia da Covid-19 sobrecarregou esse conceito; a disparidade econômica crescente representa, sem dúvida, a maior ameaça à ordem social moderna", afirma.

No Brasil, o número de bilionários saltou 44% - de 45, em 2020, para 65, em 2021. Juntos, eles detêm 219,1 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 1,2 trilhão - quase o PIB do país. No período pandêmico, essa riqueza quase dobrou; eram 127,1 bilhões de dólares no ano passado. A subida foi de 71%.

Esse aumento de acúmulo de riqueza contrasta com ao avanço da fome em um país que se recusa a implementar um auxílio emergencial pujante. O estudo Insegurança Alimentar e Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), mostra que a segurança alimentar brasileira caiu para apenas 44,8% em 2020 - era de 77,1% em 2013. A insegurança alimentar (leve, moderada ou grave) chega a 55%.

A pandemia ajudou a agravar o quadro, mas os rumos econômicos do país - principalmente desde o golpe de 2016 - ajudaram o Brasil a seguir esse rumo de aumento da fome enquanto os bilionários ficam mais ricos.

Os mais ricos

O topo do ranking brasileiro é ocupado por Jorge Paulo Lemann e família, com 16,9 bilhões de dólares. No mundo, segue Jeff Bezos, com seus 177 bilhões de dólares.

Quem são os 15 maiores bilionários do Brasil

1 - Jorge Paulo Lemann e família (AB InBev) - US$ 16,9 bilhões
2 - Eduardo Saverin (Facebook) -  US$ 14,6 bilhões
3 - Marcel Herrmann Telles (AB InBev) - US$ 11,5 bilhões
4 - Jorge Moll Filho e família (Rede D'Or) - US$ 11,3 bilhões
5 - Carlos Alberto Sicupira e família (AB InBev) - US$ 8,7 bilhões
6 - Vicky Safra (Banco Safra) - US$ 7,4 bilhões
7 - Família Safra (Banco Safra) - US$ 7,1 bilhões
8 - Alexandre Behring (3G Capital) - US$ 7 bilhões
9 - Dulce Pugliese de Godoy Bueno (Amil) - US$ 6 bilhões
10 - Alceu Elias Feldmann (Fertipar) - US$ 5,4 bilhões
11 - Luiza Trajano (Magazine Luiza) - US$ 5,3 bilhões
12 - David Vélez (NuBank) - US$ 5,2 bilhões
13 - Luis Frias (PagSeguro Digital) - US$ 4,6 bilhões
14 - André Esteves (Pactual) - US$ 4,5 bilhões
15 - Cândido Pinheiro Koren de Lima (Grupo Hapvida) - US$ 3,7 bilhões

Confira a lista completa aqui

Com informações da Forbes: aqui, aqui e aqui