Número de moradores em situação de rua cresceu 60% em SP após o golpe

O número se explica, em partes, pelo aumento da taxa de desemprego na capital paulista

Foto: Marcelo Camargo/ABr
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Desde 2015, período anterior ao golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, até o ano passado, o número de moradores em situação de rua da cidade de São Paulo cresceu 60%. Naquele ano, essa população somava 15,9 mil pessoas. Em 2019, o número chegou a 24.344. O levantamento é do Censo da População em Situação de Rua, realizado pela Prefeitura de SP, e será lançado na sexta-feira (31). Outro dado que a pesquisa mostra é que o aumento no número de moradores em situação de rua se explica, em partes, pela alta taxa de desemprego. Duarte a prefeitura de Fernando Haddad (PT), em 2015, essa taxa que era de 13,2% na cidade. Agora, com Bruno Covas (PSDB), chega a 16,6%. Além do desemprego, outros fatores como conflitos familiares, falecimento de parentes, drogas e problemas de saúde, como depressão, também são frequentes entre essa população. Do total de moradores, 69,3% são pretos ou pardos e 28% são brancos. Há ainda indígenas (1,7%) e pessoas de cor amarela (0,9%). A maior parte dos que estão nas ruas tem entre 31 e 49 anos (46,6%), e 3,9% são crianças. A alta taxa de desemprego, tanto em São Paulo quanto em âmbito nacional, ainda é um fato que o governo de Jair Bolsonaro encontra dificuldades para lidar. Neste ano, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou que a política econômica conduzida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é incapaz de reduzir o desemprego no Brasil. A publicação do escritor Xico Sá no Twitter, no último domingo (26), ajuda a ilustrar esse cenário. "Pra cada comentário positivo da mídia sobre economia eu piso num homem dormindo na rua", afirmou.