NYT destaca que Bolsonaro será acusado de homicídio em relatório da CPI

Jornal mais influente dos EUA cita em sua manchete que presidente brasileiro é apontado por grupo de senadores como responsável pela fracassada tentativa de impor imunidade coletiva que gerou milhares de mortes

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O mais influente jornal dos EUA, o The New York Times, traz em sua manchete na tarde desta terça-feira (19) a informação de que o presidente Jair Bolsonaro será acusado de homicídio no relatório da CPI do Genocídio, elaborado por senadores, sob a acusação de ser o responsável pela desastrosa iniciativa de promover a imunidade coletiva ao coronavírus no país, que resultou em centenas de milhares de mortes.

Com o título “Manipulação da pandemia pelo líder brasileiro leva a explosiva acusação: homicídio”, o jornalão sediado na maior cidade norte-americana revela aos leitores estrangeiros que ao ocupante do Palácio do Planalto está sendo atribuída a culpa por ter disseminado propositalmente país afora o vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, com a intenção de que toda a população desenvolvesse a doença e criasse defesas contra o patógeno, a chamada ‘imunidade de rebanho’. A técnica é condenada por especialistas de todo o mundo e seria a responsável pelo elevado índice de mortos no Brasil.

O diário novaiorquino lembra, no entanto, que por causa da situação política do país e pelo seu histórico de impunidade contra os poderosos, pode ser que as acusações não resultem em nada. “Muitas dessas mortes eram evitáveis... Estou pessoalmente convencido de que ele é o responsável pela escalada de mortes”, é a frase do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), destacada pelo NYT.

A reportagem, assinada por Jack Nicas, relembrou ainda o episódio sobre a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus (AM), os escândalos de propina revelados pelas transmissões televisivas da CPI e o fato de que Bolsonaro passou toda a pandemia minimizando a gravidade da Covid-19, propagando o uso de medicamentos sem eficácia para a doença, mostrando-se contrário à vacinação e atacando fortemente qualquer um que ousasse criticar sua postura.