Offshore: Deputados pedem apuração sobre participação de filha e esposa de Guedes

Um grupo de parlamentares protocolou representação no Ministério Público Federal pedindo investigação em relação ao caso da offshore de Paulo Guedes em paraíso fiscal

O ministro da offshore, Paulo Guedes - Foto: Agenda do Poder/Reprodução
Escrito en BRASIL el

Um grupo de deputados protocolou uma representação no Ministério Público Federal. O objetivo é solicitar investigação sobre a participação de Paula Drumond Guedes e Maria Cristina Bolivar Drumond Guedes, respectivamente filha e esposa do ministro da Economia, Paulo Guedes, em uma offshore criada por ele nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.

O documento é assinado pelos deputados Elias Vaz (PSB-GO), Lídice de Mata (PSB-BA), Bira do Pindaré (PSB-MA) e Kim Kataguiri (DEM-SP).

A intenção dos parlamentares é que o MPF analise o extrato de operações realizadas pela Dreadnoughts International, de janeiro de 2019, quando Guedes assumiu o ministério de Jair Bolsonaro até os dias atuais.

De acordo com informações divulgadas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, a desvalorização do real na gestão de Guedes fez o ministro lucrar R$ 16 milhões.

Guedes mentiu ao dizer que não tinha familiares em nenhuma empresa que pudesse configurar conflito de interesses. Ele disse que deixou a direção da offshore em dezembro de 2018, mas não falou que a filha continuou como diretora. Essa empresa está sob suspeita de ter recebido informações privilegiadas”, declarou Elias Vaz.

A Lei 12.813, de 16 de maio de 2013, prevê que servidores do alto escalão precisam, necessariamente, informar situações que possam provocar conflitos de interesses. Eles são obrigados a entregar à Comissão de Ética Pública do governo federal a Declaração Confidencial de Informações (DCI).

“Foi nesse documento que Guedes omitiu o cargo que a filha ocupa na offshore. Ele informou que não possui nenhum cônjuge, companheira ou parentes até o terceiro grau atuando em áreas afins à competência de seu cargo. Como comprovamos, isso não é verdade”, disse o deputado.

Ausência do ministro configura crime de responsabilidade

O parlamentar ressaltou que o ministro de Bolsonaro “tem a obrigação de dar uma satisfação não só a nós, parlamentares, mas a toda a sociedade. A ausência injustificada configura crime de responsabilidade. Inclusive, já acionei o Ministério Público Federal por isso”, acrescentou.

Guedes deveria ter comparecido à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público na terça-feira (16). Porém, usou como justificativa para a ausência o fato de acompanhar Bolsonaro em viagem a Dubai.

Com informações da Carta Capital