O governo de Jair Bolsonaro informou, na noite desta segunda-feira (1), que aumentará os impostos federais sobre três setores para compensar a desoneração de tributos no gás de cozinha e no óleo diesel prometida pelo presidente.
Na terça-feira (2), Bolsonaro deve editar um decreto zerando o PIS/Cofins sobre o gás e o diesel, que vêm sofrendo sucessivos aumentos nos preços, o que tem gerado pressão sobre o presidente.
Para bancar a desoneração, o governo vai cortar, por exemplo, o benefício dado a pessoas com deficiência na aquisição de veículos aumentando os impostos deste setor. Também serão aumentados os tributos da indústria química e de instituições financeiras.
"As duas medidas buscam amenizar os efeitos da volatilidade de preços e oscilações da taxa de câmbio e das cotações do petróleo no mercado internacional", informou o Planalto em nota.
A desoneração dos impostos sobre o diesel terá validade entre os meses de março e abril, enquanto a isenção para o gás valerá por tempo indeterminado.
O remanejo de tributos para compensar a desoneração do diesel e do gás vem na esteira da crise na Petrobras, motivada principalmente por essa sucessiva alta nos preços dos combustíveis, o que levou Bolsonaro a anunciar a troca do presidente da estatal, substituindo Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna. A mudança fez as ações da petrolífera despencarem em bolsas de valores.
Novo aumento
A direção da Petrobras ignorou a encenação feita por Jair Bolsonaro em torno da política de preços dos combustíveis e anunciou na manhã desta segunda-feira (1) o quinto reajuste nos valores da gasolina e do diesel somente neste ano.
Com o aumento, de 5%, o litro do preço da gasolina custará R$ 0,1240 mais caro nas refinarias. Já o diesel – principal motivo da ameaça de greve pelos caminhoneiros – teve acréscimo de R$ 0,1294 por litro.
*Com informações do Valor e Estadão