Para liberar mineração, Temer extingue reserva com tribos indígenas e áreas protegidas

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Área com mais de 4 milhões de hectares entre o Pará e o Amapá será concedida para empresas de exploração mineral. Ambientalistas protestam: "Uma eventual corrida do ouro para a região poderá causar danos irreversíveis a essas culturas e ao patrimônio natural brasileiro" Por Redação  O governo Temer avança no projeto de desmonte do estado brasileiro e, além das privatizações de empresas estatais, agora entrega ao capital privado o patrimônio natural do próprio país. Foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (23), pelo Governo Federal, um decreto que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). Criada em 1984, a reserva abrange uma área de mais de 4 milhões de hectares entre o Sul do Amapá e Noroeste do Pará. A extinção da Renca faz parte de um pacote de medidas do governo para ampliar a exploração mineral no país e, com o decreto, o ministério de Minas e Energias já está autorizado a estudar empresas privadas de exploração para assumir o controle da área. No decreto, o governo salienta que a extinção da área para exploração mineral "respeitará as normas de preservação ambiental". O problema é que, de acordo com ambientalistas, a autorização para exploração na região abre brechas para que as 9 áreas protegidas - 69% de todo o território da Renca - sejam afetadas. Além das zonas de preservação, há tribos indígenas da etnia Wajãpi vivendo no local. "Uma eventual corrida do ouro para a região poderá causar danos irreversíveis a essas culturas e ao patrimônio natural brasileiro", alertou, em nota, Jaime Gesisky, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil.