Pastor que disse que orava pela morte de Paulo Gustavo vai ser processado por homofobia

Várias entidades LGBTQIA+ e outros grupos defensores dos direitos humanos vão ingressar na Justiça contra o pastor José Olímpio

Foto: Reprodução/Instagram
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O pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus da Missão de Alagoas, vai ser processado por entidades LGBTQIA+ e outros grupos defensores dos direitos humanos. Ele disse que orava pela morte do ator Paulo Gustavo, internato há um mês em estado grave por Covid-19, de acordo com reportagem de Edson Sardinha e Larissa Calixto, no Congresso em Foco.

“Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si”, postou o pastor em suas redes sociais. Depois da grande repercussão, Olímpio apagou a publicação.

Gustavo, de 42 anos, é casado com o médico Thales Bretas, com quem tem dois bebês.

“É urgente que crimes como estes, motivados por homofobia, sejam enquadrados da tipificação da LGBTfobia, na lei de combate ao racismo de nº 7.716/2018, e que punições mais rigorosas e severas sejam tomadas contra condutas homofóbicas e atos discriminatórios como o em questão”, diz trecho da nota assinada pelas principais entidades de defesa dos direitos de LGBTs do país.

“Tempos sombrios”

Uma das signatárias da nota, a Aliança LGBT+ afirma que a declaração do pastor não é caso isolado, atinge cotidianamente gays, lésbicas e trans. “Vivemos tempos sombrios. Esta afirmativa foi dita por nós inúmeras vezes nos últimos meses. O mundo enfrenta uma gravíssima pandemia que segue ceifando milhões de vidas pelo globo, o país em que vivemos segue sendo epicentro da pandemia do novo coronavírus”, diz.

“A pandemia que ainda segue em curso transformou o caráter de alguns e revelou o verdadeiro caráter de outros, fazendo com que pudéssemos separar o joio do trigo e sem nenhuma sombra de dúvidas fossemos capazes de compreender melhor o outro”, destaca o texto assinado por Toni Reis, líder da Aliança LGBT+.