Pesquisadores levantam hipótese de mancha no Nordeste ser de navio da II Guerra Mundial

Estudo que iniciou coletando informações de caixas que apareceram na costa cearense pode desvendar o mistério dos resíduos de óleo que tem aparecido nas praias nordestinas

Manchas de óleo na Praia dos Artistas - Foto: Adema/SE
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Um navio alemão bombardeado por tropas americanas próximo ao litoral de Pernambuco durante a II Guerra Mundial pode ter o causador das manchas de óleo que surgiram na costa de todo o Nordeste. Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará, que verifica a origem de caixas que apareceram nas praias do estado, pode também desvendar as causas do recente desastre ambiental. Nas caixas analisadas tinham inscrições de um que cargueiro vinha da Indochina Francesa, território dominado pelos japoneses durante o período de conflito, que, juntamente com aliados alemães e italianos. De acordo com as informações do banco de dados americano sobre naufrágios no Atlântico Sul durante a Segunda Guerra, a embarcação, afundada em 1944, transportava borracha bruta – que seria o material encontrado nas praias. Diante desses fatos, foi levantada uma hipótese de que o mesmo navio possa ser origem das manchas de óleo nas praias. Uma das justificativas é a rota feita pelas caixas que é semelhante a feita pelas manchas de óleo. Para fazer novos estudos que possam comprovar a indicação, os cientistas estão coletando amostras do óleo em praias cearenses que serão enviadas para os Estados Unidos, onde serão analisadas para determinar pontos como característica, idade e origem geográfica do material. Segundo o presidente da Petrobrás a quantidade de óleo encontrado nas praias é muito maior do que poderia ser despejado por um navio em simples lavagem de tanque, como chegou a ser cogitado como uma das causas do desastre ambiental. Acredita-se que a quantidade de encontrada de material encontrado na costa seja equivalente a 500 barris. Cento e trinta e três toneladas - são aproximadamente mais de 500 barris de petróleo, o que indica que não é simplesmente a lavagem de um tanque de navio. Alguma coisa extraordinária aconteceu, que não sabemos o que é, nem cabe à Petrobras a investigação. Temos outros órgãos, PF (Polícia Federal), Marinha, que têm essas atribuições. Petrobras somente explora e produz petróleo", afirmou Roberto Castello Branco. O Ibama confirma que 62 municípios e 138 praias foram atingidas e 16 animais encontrados tiveram contato com o óleo. Mais de 1.500 homens da Marinha junto com cinco navios, um helicóptero, embarcações e carros de capitanias dos portos dos estados estão envolvidos na investigação do caso.