PM que assassinou Ágatha Félix estava "sob forte tensão", diz testemunha em inquérito

Caso o pacote anticrime, de Sergio Moro, já tivesse sido aprovado, o PM poderia alegar que agiu sob "forte emoção" e requerer o "excludente de ilicitude" para reduzir ou anular a pena pelo assassinato

Ágatha Félix (Foto: Reprodução/Facebook)
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O inquérito conduzido pela Polícia Civil sobre o assassinato da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, no Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, no dia 20 de setembro, concluiu que o tiro partiu de um fuzil de um policial militar, que cometeu um "erro de execução" ao dar um "tiro de advertência" para forçar a parada de dois homens que estavam em uma momento. Segundo reportagem do jornal Extra, no inquérito, uma testemunha diz que o PM estava sob "forte tensão" devido à morte de um colega três dias antes e, por isso, pode ter confundido uma esquadria de alumínio que o garupa segurava com uma arma. Caso o pacote anticrime, de Sergio Moro, já tivesse sido aprovado, o PM poderia alegar que agiu sob "forte emoção" e requerer o "excludente de ilicitude" para reduzir ou anular a pena pelo assassinato. Investigação O inquérito sobre o assassinato de Ágatha Félix deve ser enviado nesta terça-feira (19) à Justiça. Um relatório do Instituto de Criminalista Carlos Éboli (ICCE), entregue à Delegacia de Homicídios da capital (DH), apontou que um fragmento de projétil encontrado no corpo de Ágatha tinha ranhuras idênticas à do cano do fuzil usado pelo PM. Ainda de acordo com o laudo, a bala atingiu primeiramente um poste. Foi um estilhaço que provocou a morte da menina, perfurando suas costas e saindo pelo tórax. A criança chegou a ser levada para a Unidade de Pronto-atendimento do Morro do Alemão, de onde foi transferida para a emergência do Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha.