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A Ouvidoria da Polícia Militar de São Paulo informou à Fórum no início da tarde desta sexta-feira (5) que o PM que empurrou com o cano de uma arma uma aluna da escola estadual Frederico de Barros Brotero, de Guarulhos, durante manifestação na noite desta quinta-feira (4) foi afastado de suas funções.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram que o policial empurra a adolescente com uma arma de cano longo, que se assemelha a uma espingarda calibre 12 – modelo autorizado pelo governador João Dória (PSDB) para uso da PM em todos os chamados ao 190. Dois adolescentes foram apreendidos na ação, sendo que a retenção de um deles foi o motivo do policial sacar a arma contra a aluna (veja vídeo).
Por meio da Secretaria de Segurança Pública, a PM disse que “tomou ciência do vídeo da ação e instaurou investigação para analisar a conduta dos policiais envolvidos e todas as circunstâncias da ocorrência”.
Diversos pontos questionados pela Fórum permanecem, contudo, sem respostas. Entre eles: quem acionou e autorizou a entrada de policiais na escola; se a direção da unidade e a Secretaria de Educação considera que as medidas policiais foram necessárias; o número de agentes na operação; se houver orientação superior para o uso de armas a fim de conter os alunos; e se houve disparo de tiros.
Alesp
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) pedirá que a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com urgência, convoque a direção da escola estadual Frederico de Barros Brotero e a diretoria de ensino da região Sul de Guarulhos para que seus responsáveis prestem esclarecimentos sobre “o autoritarismo” e “a violência policial” identificados em operação armada na noite de quinta-feira (05), nas dependências da unidade.
“É inadmissível que se coloque a polícia dentro da escola para resolver questões pedagógicas e de gestão escolar. Alunos do período noturno apenas faziam manifestação contra o autoritarismo do diretor que os impede de entrar na segunda aula", disse o deputado.
Segundo estudantes, o protesto tinha como objetivo cobrar melhorias para o colégio e a destituição do atual diretor, que desde o início do ano impede os alunos entrarem na segunda aula.
A manifestação foi realizada por alunos do turno noturno, a maioria além de estudar, trabalha, por isso tem dificuldades de chegar no horário.