Privatizado, Ibirapuera começará a cobrar de atletas que treinam em grupos

Empresa responsável pela gestão do local teria sugerido ficar com 10% do faturamento bruto de cada profissional; associação calcula que pelo menos 6 mil pessoas corram regularmente no parque sob a orientação de treinadores

Parque do Ibirapuera - Foto: Reprodução/TV Globo
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Sob gestão privada, o Parque do Ibirapuera começará a cobrar, de forma inédita no Brasil, para que professores e treinadores deem aulas no espaço. Segundo informações de Demétrio Vecchioli, da coluna Olhar Olímpico do UOL, ainda está em discussão qual será o valor da taxa e como será feita a cobrança.

A Associação dos Treinadores de Corrida do Estado de São Paulo (ATC) calcula que pelo menos 6 mil pessoas corram regularmente no parque sob a orientação de treinadores. Eles irão se reunir nesta sexta-feira (15) para discutir quanto aceitam pagar à concessionária, a Urbia Parques, para utilizar o local.

Diretor da concessionária, Samuel Lloyd afirmou ao blog que tem grupos que utilizam o parque para prática esportiva remunerada, ou seja, de forma comercial. "Você pode ir correr com seu personal sem pagar nada, ou um dia levar sua turma de yoga para usar o parque. Mas se dá aula toda sexta-feira, às 18 horas, em um mesmo espaço específico, que precisa ser desocupado, esse professor usa o Ibirapuera comercialmente. A gente está falando de empresas que utilizam o parque como sede dos seus negócios", justificou.

Segundo ele, o Plano Diretor do Ibirapuera, discutido e aprovado pela sociedade antes da concessão, coloca a reorganização do parque como um dever da concessionária. A cobrança de tarifa geraria uma receita entre R$ 100 mil e R$ 200 mil ao mês para a Urbia e deve começar em março de 2022.

A ATC diz que, inicialmente, a empresa sugeriu cobrar uma taxa pelo tempo de trabalho dos treinadores, algo entre R$ 80 e R$ 150 por hora - Lloyd nega. Como o modelo foi considerado inviável, a segunda oferta teria sido de R$ 30 por atleta, valor que ainda é considerado alto, já que a média cobrada pelas assessorias de corrida gira em torno de R$ 100 a R$ 300 por mês.

Na conversa mais recente, segundo a ATC, a Urbia sugeriu ficar com 10% do faturamento bruto de cada profissional. Lloyd informou à coluna que a empresa discute uma tarifa de 3% a 5%. A concessionária também pretende oferecer no futuro serviços pagos como armários para guardar objetos pessoais e vestiários com chuveiro.