Professores municipais seguem estaduais e entram em greve contra aulas presenciais em São Paulo

Sindicatos apontam que não há condições seguras para a retomada das aulas presenciais na capital, marcada para o dia 15, em meio ao descontrole da pandemia

Foto: Elineudo Meira
Escrito en BRASIL el

Professores e trabalhadores da educação da rede municipal de São Paulo (SP), filiados a diferentes sindicatos, iniciaram nesta quarta-feira (10) uma greve contra a volta presencial das aulas, marcada para a próxima segunda-feira (15) pela prefeitura da capital paulista, sob o comando de Bruno Covas (PSDB).

A decisão foi tomada de forma unânime em assembleia realizada na noite desta terça-feira (9) pelo Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem), Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin), Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo e Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem).

A greve dos profissionais da rede municipal de educação vem na esteira da greve dos professores da rede estadual, iniciada na última segunda-feira (8).

Leia também: Greve dos professores de SP: “Não estamos pedindo salário. Estamos defendendo a vida”

Assim como os estaduais, os professores municipais alegam que não há condições logísticas e nem estruturais nas escolas para garantir a segurança dos profissionais e alunos em meio ao descontrole da pandemia na capital, com evidente alta no número de mortos e infectados pela Covid-19.

Segundo os sindicatos, não há número suficiente de profissionais de limpeza para garantir a higienização dos ambientes escolares e sequer a estrutura de apoio prometida pela gestão de Bruno Covas, como o fornecimento de tablets, foi entregue.

"Reivindicamos trabalho remoto de todos os profissionais de educação até termos segurança sanitária para o retorno presencial, afirma o professor Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem.

Além de reivindicar mais segurança para a a volta presencial das aulas, os sindicatos pleiteiam, com a greve, que os profissionais de educação sejam incluídos no grupo prioritário da vacinação contra a Covid.

Deputado aponta falta de segurança nas escolas estaduais

Com relação às escolas estaduais, que retomaram as aulas presenciais na última segunda-feira (8) em meio à greve de professores, o deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP) encaminhou, nesta terça-feira (9), dois ofícios ao governador João Doria (PSDB): um solicitando que o governo forneça equipamentos adequados de proteção e higienização aos profissionais de educação, incluindo os terceirizados; o outro é para que os professores da rede pública e particular do estado sejam incluídos como prioridade na campanha de vacinação contra a Covid.

Isso porque após visitas a algumas escolas estaduais, o deputado constatou falta de estrutura nas unidades de ensino para garantir a segurança contra o contágio.

"Ao retornar às atividades os funcionários da rede pública de ensino se depararam com situação calamitosa, sem funcionários para a devida higienização dos ambientes, inspetores de alunos para garantir o respeito aos protocolos de distanciamento e higiene e sequer receberam produtos de higienização específicos para a pandemia de coronavírus. A situação é ainda mais grave quando se trata dos funcionários terceirizados que nem chegaram a receber equipamentos de proteção especializados", afirma Emidio.