PSOL divulga nota de apoio ao povo Wajãpi após ataque de garimpeiros contra os indígenas

Em nota, partido afirma que Jair Bolsonaro e o Estado brasileiro são responsáveis por qualquer violência contra o povo Wajãpi

Heitor Reali/Iphan
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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) divulgou uma nota de apoio ao povo Wajãpi neste domingo (28). Os indígenas foram atacados por garimpeiros que invadiram aldeias e suspeitos de matar o líder Emvra Wajãpi. Segundo nota divulgada pelo Conselho das Aldeias Wajãpi, o chefe do grupo foi encontrado na região da aldeia Waseity, próxima à aldeia Mariry, na segunda-feira (22). O povo Wajãpi então encontrou sinais de que o assassinato foi cometido por não-indígenas fora da região das aldeias. Um grupo de garimpeiros armados então invadiu as terras indígenas e se instalaram na aldeia Yvytotõ, ameaçando os moradores. Mulheres e crianças fugiram para Mariry para se proteger. De acordo com o cacique Viseni Wajãpi, cerca de dez garimpeiros ainda estão na aldeia invadida. Segundo o comunicado do Conselho, um grupo da Polícia Federal e do BOPE chegou até a região neste domingo para prender os invasores, mas ainda não há informações sobre a efetividade da ação. Em nota, o PSOL lamentou o "ataque brutal" contra o povo Wajãpi, no Amapá. O partido disse que o ataque faz parte da "série de violências" que os povos indígenas do Brasil  sofrem desde que Jair Bolsonaro foi eleito em 2018. O PSOL também se pronunciou duramente contra a falta de ação ou pronunciamento do presidente desde que foi divulgado o assassinato do líder Wajãpi e da invasão cometida pelos garimpeiros. "O Estado brasileiro e o governo Bolsonaro serão responsáveis por qualquer violência contra o povo Wajãpi", diz o comunicado. Confira a nota publicada pelo PSOL: "Mais um ataque brutal aos povos indígenas e dessa vez a vítima é o povo Wajãpi, no Amapá. Cerca de 50 garimpeiros fortemente armados atacaram nos últimos dias a aldeia Mariry, do povo Wajãpi, localizada no município de Pedra Branca do Amapari, matando a facadas pelo menos uma liderança indígena chamada Emyra Wajãpi, 68 anos. É grande a ameaça de banho de sangue se não houver uma imediata intervenção do Estado brasileiro. O bando criminoso aterroriza a população indígena, invadindo suas moradias e espancando mulheres e crianças e destruindo as plantações. Este ataque é mais um da série de violências que os povos indígenas do Brasil vem sofrendo desde o dia que Bolsonaro ganhou a eleição em 2018. Esse desrespeito aos direitos indígenas decorre diretamente do discurso e da prática criminosa do governo Bolsonaro, que claramente se coloca contra os povos originários e estimula a invasão das terras ancestrais e das unidades de conservação por grupos mineradores, madeireiros, grileiros de terras da União, todos interessados na exploração ilegal e predatória das riquezas da floresta. O PSOL, através do seu Encontro Nacional Ecossocialista, manifesta irrestrita solidariedade ao povo Wajãpi, ao mesmo tempo em que exige que o Estado brasileiro adote todas as providências para proteger a integridade física deste povo originário, com a imediata retirada dos invasores, bem como clama pela apuração rigorosa a fim de localizar e punir, na forma da lei, executores e mandantes do brutal assassinato de Emyra Wajãpi. Cobraremos cada gota de sangue derramado! O Estado brasileiro e o governo Bolsonaro serão responsáveis por qualquer violência contra o povo Wajãpi. Basta de chacinas! Encontro Nacional Ecossocialista do PSOL 28 de julho de 2019"