"Quero justiça, não quero indenização", diz faxineiro que sofreu racismo na Biblioteca Nacional

Edmilson Costa foi expulso de elevador por coordenadora da biblioteca. Caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais

Biblioteca Nacional (Reprodução/Facebook)
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Em 10 de janeiro deste ano, Edmilson Costa de Oliveira, faxineiro terceirizado da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, foi impedido pela coordenadora-geral de Planejamento e Administração do local, Tânia Pacheco, de usar o elevador do prédio. O funcionário diz ter sido vítima de racismo e pede Justiça.

Ele conta que ia para o segundo andar quando escutou uma voz: "'Ei, ei, psiu, psiu, sai, sai, sai.' Eu achei que não era comigo. 'Está falando comigo? Para eu sair do elevador?' 'Você mesmo. Sai, sai, sai. Bora! Seu elevador é o outro. Você não pode usar esse elevador aí não", contou, em entrevista ao UOL.

"Ela mandando eu sair aos gritos, ofensas, com gestos abusivos. Fiquei sem chão. Foi um constrangimento muito, muito sério. Cheguei até a passar mal. Isso não é admissível, ainda mais para uma chefe de trabalho", continuou. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância atualmente apura se houve crime de racismo.

"Eu quero justiça, não quero indenização, para que ela não possa fazer isso com mais ninguém. Ela merece pagar pelo que ela fez porque, se fosse eu que tivesse feito isso com ela, eu sou negro, sou filho de pobre, infelizmente eu teria de pagar preso. Ela fez isso comigo, ela pode continuar fazendo com outras pessoas e isso tem de acabar. Minha família é negra", disse.

As câmeras do prédio filmaram o momento em que a coordenadora manda seguranças retirarem o faxineiro do elevador. Atualmente, a delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância atualmente apura se houve crime de racismo.