"Retrato de uma pequena burguesia que fede", diz Stédile sobre caso de Madalena Giordano, escravizada por professor universitário

No último domingo (3), foi revelado que cerca de R$ 8,4 mil reais que Madalena recebia de pensão pelo casamento falso com um militar da família serviu para pagar a faculdade de medicina de uma das filhas da família

Madalena Gordiano (Foto: Reprodução TV Globo)
Escrito en BRASIL el

O economista João Pedro Stédile, um dos coordenadores do Movimento Sem Terra (MST), comentou nas redes sociais o caso de Madalena Giordano, mulher negra que foi escravizada por 38 anos pela família do professor universitário Dalton César Milagres Rigueira, resgatada no final de novembro em Patos de Minas.

Para Stédile, o caso "é o retrato de uma pequena burguesia que fede".

"Mal começamos o ano e é difícil encontrar noticias boas. O caso de Madalena Gordiano, escravizada e extorquida por 38 anos pela família de um profº universitário, os Milagres Rigueira, é o retrato de uma pequena burguesia que fede!", tuitou o líder do MST.

https://twitter.com/stedile_mst/status/1346450548455833600

Pensão
No último domingo (3), foi revelado que cerca de R$ 8,4 mil reais que Madalena recebia de pensão pelo casamento falso com um militar da família serviu para pagar a faculdade de medicina de uma das filhas da família.

Em 21 de dezembro, se conheceu o caso de Madalena, que trabalhou durante 38 anos, primeiro na casa de Maria das Graças Milagres Riqueira, depois na de Dalton César Milagres Rigueira, onde finalmente foi encontrada.

Madalena foi casada com Marino Lopes da Costa, um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, razão pela qual tinha direito a uma pensão de 8,4 mil reais.

Segundo matéria do UOL, baseada nas investigações do caso realizadas por auditores fiscais, a família Milagres Riqueira arrebatou esse benefício ao longo de décadas, e o utilizou, entre outras coisas, para financiar os estudos universitários de Vanessa Maria Milagres Rigueira, irmã de Dalton. Ela se formou pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 2007.