Samuel Klein usou caixa das Casas Bahia para pagar garotas de programa

Garotas jovens, às vezes de 16 anos, compareciam a diferentes lojas, onde, autorizadas por Samuel, furavam filas de clientes e recolhiam pagamentos que variavam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil

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Atualizado em 30/12 às 11h30

Não é só Saul Klein, filho do fundador da rede de lojas Casas Bahia, Samuel Klein, que usou o negócio da família em suas aventuras sexuais. Na época de seu pai, a rede de lojas já foi condenada ao menos seis vezes ao pagamento de danos morais a seus funcionários. Em todas elas, a situação era a mesma:

Garotas jovens, às vezes de 16 anos, apontadas como "garotas de programa", compareciam a diferentes lojas da rede, onde, autorizadas por Samuel, furavam filas de clientes e recolhiam, do caixa das unidades, pagamentos que variavam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil.

As situações foram consideradas pela Justiça atentatórias à dignidade dos profissionais.

As garotas viajavam quase sempre do Rio Grande do Sul a São Paulo para passar dias com o patriarca. Depois das viagens, retiravam nas lojas grandes quantias em dinheiro ou mercadorias.

Em um dos processos, de uma loja em Novo Hamburgo (RS), uma testemunha diz que recebia ligações de Samuel Klein determinando pagamentos a título de "ajuda escolar" a essas garotas.

"Em algumas oportunidades o depoente recebeu ligações da presidência do réu pedindo para que fossem separados valores para pagamento de 'ajuda escolar' e que 'meninas/garotas' passavam para receber; que essas moças costumavam estar sempre com muita pressa e que eram comum ameaçassem a dispensa do subgerente; que em algumas oportunidades o depoente era o subgerente e fez o pagamento; que não havia informação para que tipo de entidade escolar era feito o pagamento; que era comum essas moças dizerem que o que estavam ganhando era o que os funcionários ganhavam por mês; que identifica que os pagamentos se referiam a honorários de 'garotas de programa'", diz a decisão judicial, que condenou a Casas Bahia ao pagamento de R$ 15 mil em danos morais a um funcionário destratado pelas garotas.

Para João da Costa Faria, advogado de Samuel Klein, os fatos são "altamente atentatórios à memória de um empresário venerado em todo o país, principalmente, por atos de inigualável solidariedade humana, com predominância aos menos favorecidos. É lamentável que, na busca de fatos midiáticos, se permita tentar macular uma enraizada e inabalável imagem.".

A Via Varejo, responsável pela gestão da marca Casas Bahia desde 2010, se manifestou através de nota. Veja abaixo:

Em relação à notícia publicada pelo portal Uol, nesta quarta-feira (30/12), a Via Varejo esclarece que é responsável pela gestão da marca Casas Bahia desde 2010.  A Via Varejo não comenta sobre possíveis acontecimentos ligados a pessoas físicas e/ou jurídicas que não tiveram ligação com a companhia a partir da nova empresa criada pela cisão que ocorreu em 2010. A Via Varejo é uma empresa de capital aberto e adota as melhores práticas de governança corporativa e de compliance, em linha com as diretrizes do órgão regulador e da  B3.

Como também informado ao mercado na semana passada, a empresa não possui um acionista controlador ou bloco de controle definido, conforme indica a estrutura societária da empresa disponível em seu site de Relações com Investidores.

VIA VAREJO

Com informações da Folha