SBPC organiza abaixo-assinado em defesa do cientista Elisaldo Carlini

De acordo com o manifesto, intimação do pesquisador é “uma provocação cruel e vazia contra um cientista que dedicou toda sua vida à fronteira do conhecimento”

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[caption id="attachment_126365" align="aligncenter" width="615"] O professor Carlini foi chamado para depor na polícia de São Paulo, para prestar depoimento sob a alegação de fazer apologia ao uso de drogas - Foto: José Luiz Guerra/Imprensa/Unifesp[/caption] A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) organizou um abaixo-assinado em defesa do cientista e professor emérito da Unifesp, Elisaldo Carlini, e pela liberdade de pesquisa científica no País. Aos 88 anos de idade, 62 anos dedicados à pesquisa sobre os efeitos de entorpecentes, e com mais de 12 mil citações de seus trabalhos em artigos científicos de todo o mundo, o professor foi chamado para depor na polícia de São Paulo, na última quarta-feira (21), para prestar depoimento sob a alegação de fazer apologia ao uso de drogas. As informações são do blog Nocaute. De acordo com o manifesto da instituição, a ação é “uma provocação cruel e vazia contra um cientista que dedicou toda sua vida à fronteira do conhecimento”. A SBPC ressalta a importância da campanha, já que a intimação atinge não apenas Carlini, mas “todos os cientistas brasileiros e ameaça à liberdade de pesquisa e de expressão”. Durante o regime militar, a SBPC cumpriu um importante papel de resistência, manifestando-se contra perseguições a professores, pesquisadores e estudantes, e interferências nos sistemas educacional e científico que pudessem ferir a autonomia das universidades. As reuniões anuais da instituição eram palco para manifestações políticas contra a ditadura. Com outros canais de manifestação fechados pelo governo militar, a SBPC passou a ser um dos poucos espaços com alguma liberdade para se posicionar politicamente.