Seguranças do trem de SP espancam estudante de 16 anos

O rapaz foi alvo de cassetetes, tapas, socos e chutes por cerca de 40 minutos

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Um adolescente de 16 anos publicou fotos nesta segunda-feira (28) de hematomas deixados por agressões de agentes da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que partiram para cima do jovem na sexta-feira após ele e um amigo comprar passagem de metrô com a ajuda de outros passageiros. A sessão de tortura durou cerca de 40 minutos. Segundo familiares do rapaz, ele e seu amigo haviam inicialmente pulado a catraca por não possuírem dinheiro para as passagens, mas, após serem expulsos por vigilantes, receberam a ajuda de alguns passageiros e conseguiram inteirar os R$ 2,00 necessários para adquirir os bilhetes. Impedido, o adolescente jogou uma pedra na direção dos funcionário, mas ela passou longe do alvo. Com a reação do jovem, um grupo de sete vigilantes o arrastou para o vestiário da CPTM, mandaram ele tirar as roupas e o agrediram com cassetetes, tapas, socos e chutes. Segundo reportagem de Thaiza Pauluze, da Folha, o garoto batia com a cabeça em um cano de ferro a cada golpe e ficou com a boca toda sangrando por usar aparelho dentário. Em fotos enviadas à reportagem, é possível ver que o estudante teve ferimentos no rosto, nas costas, braços, peito e pescoço. "Ele errou, mas poderiam ter chamado a polícia. Agora, pegar e bater? Não é justo. Ele nem gosta de falar sobre, começa a contar e chora", conta a irmã do adolescente, Jahya Rosa Silva. A companhia emitiu nota dizendo que vai analisar as imagens das câmeras e abrir investigação para apurar os fatos. Os seguranças envolvidos podem ser afastados ou demitidos. "A CPTM não admite e não compactua com casos de violência", diz o texto. O governador João Doria, responsável pela empresa, não comentou sobre o caso.