Sintomático: há 1 ano, Bolsonaro ignorava pibinho e pandemia colocando 'bobo da corte' em coletiva

No dia 4 de março de 2020, Brasil registrava crescimento pífio de 1,1% e o coronavírus começava a entrar no país; exatamente 1 ano depois, PIB tomba 4,1% e pandemia faz mais de 1.900 vítimas em um só dia

Foto: Marcos Corrêa/PR
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Um episódio ocorrido há exatamente 1 ano ajuda a explicar a grave situação, tanto no âmbito econômico quanto de saúde, em que o Brasil se encontra.

No dia 4 de março de 2020 o Brasil tinha 3 casos confirmados de Covid-19 e o vírus já estava infectando e matando milhares na Ásia, Estados Unidos e Europa. Dias depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente que a crise do coronavírus se tratava de uma pandemia mundial e as primeiras mortes começavam a ser registradas no Brasil.

Neste dia, além do alarme do coronavírus já ter sido ligado pela imprensa e cientistas brasileiros, havia sido divulgada a notícia de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2019 apresentou crescimento pífio de apenas 1,1%.

Ignorando o coronavírus e também a notícia sobre o péssimo desempenho econômico brasileiro, Jair Bolsonaro usou o humorista Márvio Lúcio, o Carioca, de "bobo da corte", e o colocou para "responder" a perguntas da imprensa e distribuir bananas aos jornalistas em uma coletiva no Palácio da Alvorada.

A atitude de Bolsonaro de debochar da imprensa e ignorar perguntas usando um humorista para o imitar revoltou os repórteres, que viraram de costas para o chefe do Executivo e deixaram de cobrir as declarações do presidente na porta do Palácio.

Passado um ano, a cena protagonizada por Bolsonaro e Carioca, que já não tinha graça, toma contornos de tragédia e elucida como o Brasil chegou até a atual situação. A economia, bem como a pandemia, pioraram de maneira vertiginosa no país enquanto Bolsonaro seguiu debochando da gravidade de ambos os problemas. E assim segue.

Com a queda de 4,1% no PIB divulgada nesta quarta-feira (4), o Brasil perdeu três posições, em apenas um ano, no ranking das maiores economias do mundo e agora amarga a 12ª colocação, bem distante daquela almejada 6ª posição conquistada em 2010.

Como relação à pandemia, os hospitais superlotados, por si só, já explicam. O país vive seu momento mais agudo da crise sanitária, batendo recordes de casos confirmados e mortes em decorrência da Covid-19. Somente nesta quarta-feira (3), foram 1.910 óbitos registrados em 24 horas, marca macabra histórica que compõe o total de 259.271 vidas perdidas no país para o vírus e para a postura inconsequente do titular do Planalto.