"Socialismo melhorou os países para onde os brasileiros fogem", afirma Pedro Cardoso

Pedro Cardoso (Foto: Divulgação)
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O ator, que estava vivendo há dois anos em Portugal, disse que se incomoda muito com o pensamento da classe média e das elites que, no Brasil, defendem o capitalismo absoluto e, no exterior, elogiam o compromisso do estado com a escola pública, os hospitais e as políticas sociais Por Redação O ator Pedro Cardoso, um dos maiores críticos da TV Globo, emissora onde trabalhou por anos, criticou em entrevista concedida ao jornal O Globo a hipocrisia de certa parte da classe média e das elites brasileiras que "fugiram" do Brasil pelo fato de o país, supostamente, ter ficado "insuportável". Cardoso estava vivendo há dois anos em Portugal, país presidido atualmente por um governo de centro-esquerda, e voltou ao Brasil para lançar seu primeiro romance, "O Livro dos Títulos". Para ele, aqueles que "fugiram" do Brasil encontraram em seus países de refúgio um estado comprometido com escola pública, saúde pública, transporte público - políticas típicas de países inclinados a um pensamento mais socialista. "Um dos assuntos do livro é esse, sair em busca de um país mais organizado. Isso tem sido muito dito pela alta classe média, por quem tem condição econômica de fazer isso. Vão embora porque o Brasil “ficou insuportável”. Isso me incomoda muito, porque o que tornou esses outros países melhores para se viver foram certas contribuições de um pensamento socialista, que essas pessoas que querem ir embora negam ao seu país: o compromisso do estado com a escola, a saúde e o transporte público, uma polícia que não seja inimiga da população. São conquistas. Lá, ninguém acha que não deve haver escola pública de qualidade. Enquanto no Brasil ainda tem muita gente que acredita num capitalismo absoluto, sem contrapeso; e são justamente essas pessoas que querem ir embora", disparou o ator. Para o lançamento de seu novo livro, Pedro Cardoso resolveu deixar de lado as tradicionais noites de autógrafo e saiu às ruas do Rio de Janeiro e São Paulo para apresentar a obra a livreiros e população no geral.