Socorristas criticam PM de Doria em caso Paraisópolis: “Parece que queriam que as pessoas morressem”

Profissionais contam que a PM chegou a cancelar o pedido de ambulâncias, mesmo com a gravidade do estado de saúde de alguns dos jovens

Reprodução/Facebook
Escrito en BRASIL el
Socorristas de equipes de emergência de São Paulo disseram, em entrevista ao UOL, que a ação da Polícia Militar de João Doria em Paraisópolis foi uma "cascata de erros" e que negligência pode ter custado a vida dos nove jovens mortos durante operação em baile funk no último domingo (1).
"Foi uma cascata de erros. Parece que eles queriam que os jovens morressem", avaliou um socorrista. Profissionais contam que a PM chegou a cancelar o pedido de ambulâncias, mesmo com a gravidade no estado de saúde de alguns dos jovens, informando que as viaturas já tinham socorrido os feridos.
"Os policiais não tinham formação mínima para transportar alguém com politraumatismo e trauma raquimedular", contestou uma das fontes. "Na verdade, tiraram a chance de sobrevivência de alguns deles ao removê-los", avaliou outro.
Os entrevistados também afirmam que a remoção de jovens dificultou o trabalho da perícia. "Perícia com corpo no local é uma coisa diferente de perícia sem o corpo. No segundo caso, a chance de descobrir o que aconteceu de fato é bem menor", explica um deles.
Fato semelhante foi denunciado por moradores do Heliópolis, comunidade também localizada na Zona Sul de São Paulo onde outro jovem foi assassinado na mesma noite da operação em Paraisópolis. Eles afirmam que a Polícia Militar limpou o local onde um homem foi baleado no último domingo (1), durante operação em um baile funk.