O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recorreu às redes sociais para tentar desqualificar a greve dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, deflagrada na madrugada desta terça-feira contra o programa de privatizações da gestão paulista.
Para Tarcísio, os "sindicatos manipulam os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses ideológicos".
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Além disso, o governador bolsonarista classifica a greve como "ilegal e abusiva" e afirma que seu único objetivo é "promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar pelo nosso estado".
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No entanto, se Tarcisio de Freitas esperava encontrar respaldo para suas palavras contra os grevistas, o tiro saiu pela culatra, e o governador de São Paulo foi duramente criticado nas redes.
Confira abaixo algumas reações contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas:
“Abusiva” é ótima. Tu quer privatizar tudo, jogar um monte de trabalhador na rua e abusivo é quem responde? Oh Tarcísio, ninguém acredita mais nessa tua postura de “moderado”. — ady (@ady_news) October 3, 2023
Interesses políticos e ideológicos são os seus em militar contra os sindicatos. Greve é direito do trabalhador. Diz aí em que lugar do mundo privatizar a água deu certo!? E diga aos paulistas pq abrir mão da Sabesp vai ser melhor pra gente? — Monica das Pretas (@MonicaSeixas) October 3, 2023
Lamentável é o que a população passa todo dia nas linhas da ViaMobilidade com a sua conivência. Abusivo é o aumento da conta de água onde o serviço foi privatizado. O responsável pela situação que os usuários estão passando é você, que rejeitou a proposta de liberar as catracas. — Guilherme Cortez (@cortezpsol) October 3, 2023
pic.twitter.com/wQS9DfGhUN — Dario Centurione (@dacenturione) October 3, 2023
Greve
Após assembleia realizada nesta segunda-feira (2), trabalhadores da Sabesp, do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram entrar em greve. A paralisação começou à meia noite e dura por 24 horas. O rodízio de carros está suspenso nesta terça-feira (3).
Horas antes da assembleia, a Justiça de SP decidiu que a operação de trens e metrôs deve estar funcionando em 100% da sua capacidade nos horários de pico. O Sindicato dos Metroviários irá recorrer da decisão ao longo da paralisação.
A proposta inicial dos trabalhadores era que durante a greve todos trabalhassem normalmente, mas não cobrassem as tarifas da população.
No entanto, o governo Tarcísio de Freitas não aceitou negociar alegando que a liberação das catracas teria sido proibida por decisão judicial por conta de “altos riscos de tumultos e possíveis acidentes nas estações”.
Na mesma publicação, o governo também se diz vítima de perseguição política por parte de “sindicalistas truculentos”. Declara que a greve é ilegal e acusa os trabalhadores de “transformarem a população em refém”.
A principal reivindicação dos trabalhadores é exatamente o fim e o cancelamento de todos os processos de privatização e terceirização em curso que afetem Metrô, CPTM e Sabesp. Também está na pauta um plebiscito para que a população decida se quer ou não continuar com as privatizações.
“Se privatizar metrô e CPTM as tarifas desses serviços vão aumentar e os serviços vão piorar. Basta vermos o que aconteceu nas linhas Esmeralda e Diamante. Depois que privatizou virou o caos. Então é greve unificada. E se o governador topar, a gente libera as catracas”, declarou Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários.