VIOLÊNCIA POLÍTICA

30 dias após assassinar petista, Guaranho tem alta do hospital e HC a ser julgado

Assassino de Marcelo Arruda pode sair do hospital na próxima quarta-feira em Foz do Iguaçu, e da prisão nos próximas dias

Câmera mostra momento do assassinato de Marcelo Arruda por Jorge Guaranho.Créditos: Reprodução
Escrito en BRASIL el

Jorge Guaranho, que há 30 dias assassinou o petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu aos gritos de “aqui é Bolsonaro”, terá alta médica nesta quarta (10). ao meio dia. no Hospital Costa Cavalcanti. Além disso, a defesa protocolou um pedido de habeas corpus para Guaranho que corre em sigilo. Levando em conta que pedidos de habeas corpus têm urgência em serem julgados, é possível, ainda que improvável, que Guaranho saia amanhã do hospital livre. Tudo dependerá da data de apreciação do habeas corpus e de sua decisão final.

“A família e todos os que conheciam o Arruda querem que o Guaranho fique preso e assim aguarde julgamento, pois o veem como uma ameaça à sociedade. Hoje completa 30 dias da morte do Marcelo e achamos um absurdo que se ‘comemore’ essa data com um anúncio desses”, afirmou à reportagem Andre Alliana, filiado ao PT do Paraná e amigo da família de Marcelo.

A alta médica do assassino de Arruda foi confirmada em nota pelo hospital, que informou via ofício a próxima quarta (10) ao meio dia como o fim do período em que necessitou de cuidados médicos. Já em relação ao habeas corpus de Guaranho, a informação é dos advogados da família Arruda.

O pedido de habeas corpus de Jorge Guaranho no Tribunal de Justiça do Paraná corre em sigilo, como dito na abertura da nota. Isso significa que os advogados da família da vítima não conseguem acompanhar o andamento diretamente, além de não haver informações disponíveis sobre a data de apreciação do pedido. Nesse caso, quem poderia entrar com uma ação para que esse habeas corpus não seja concedido são os promotores e o Ministério Público.

“Faz 30 dias que Marcelo foi brutalmente assassinado simplesmente porque estava comemorando seu aniversário com o tema que escolheu. Há 30 dias a gente sofre com a saudade, desse amigo, dessa pessoa alegre, que não era apenas um agente de segurança, mas um biólogo, defensor do meio ambiente, dos animais e da justiça social. Há 30 dias pedimos justiça por Marcelo Arruda e não vamos nos esquecer”, desabafou Luiz Henrique Dias, também militante petista na cidade e amigo da família de Arruda, em vídeo postado nas suas redes sociais.

Relembre o caso

No último dia 9 de julho, Marcelo Arruda foi assassinado por Jorge Guaranho aos gritos de “aqui é Bolsonaro”. O agente penal bolsonarista teria sido avisado que uma festa de aniversário com temática petista estava sendo realizada na região e para lá se dirigiu a fim de cobrar satisfações dos organizadores.

Ao chegar no local, trocou algumas ofensas com os presentes e prometeu voltar armado. Arruda, o aniversariante e anfitrião e guarda municipal, levou a ameaça a sério e também se armou. Cerca de 15 minutos se passaram e Guaranho voltou ao local, disparando contra Arruda, que acabou assassinado. No entanto, antes de morrer, a vítima conseguiu revidar e feriu o autor do crime com quatro tiros, impedindo uma tragédia maior.

O agente penal sobreviveu e após deixar a UTI se encontra consciente e sob custódia policial em um leito do Hospital Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu. Guaranho teve a prisão preventiva decretada e foi devidamente intimado pela Justiça a respeito da denúncia acatada pela 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, que o torna réu.

O acontecimento foi considerado um crime político pela opinião pública, mas as investigações da polícia civil paranaense vão em sentido oposto. Amigos e familiares das vítimas esperam que o habeas corpus seja negado e o autor do crime não ande livremente pelas ruas como na noite em que matou Marcelo.