SANTA CATARINA

Professor flagrado em defesa de Hitler é indiciado por racismo e apologia ao crime

Ele foi afastado por duas vezes em menos de quatro meses pelo mesmo motivo; Justiça nega prisão e reincidente permanece longe da sala de aula por pelo menos 180 dias

Rubenval Duarte, professor de História.Professor flagrado em defesa de Hitler é indiciado por racismo e apologia ao crimeCréditos: Reprodução /Redes Sociais
Escrito en BRASIL el

Após ser afastado por duas vezes em menos de quatro meses por fazer defesas do ditador alemão Adolf Hitler e do nazismo para colegas e alunos da escola onde leciona, em Imbituba, no litoral de Santa Catarina, o professor de história Rubenval Duarte agora é indiciado por racismo e apologia ao crime pela Polícia Civil. Ele seguirá afastado da sala de aula enquanto o processo caminha.

Em 4 de novembro de 2022 ele foi afastado do cargo pela primeira vez, por 60 dias, após dizer que Hitler seria “melhor” que Jesus. Na ocasião, havia feito discursos de defesa do nazismo em grupo de WhatsApp com colegas e acabou exposto nas redes sociais.

“Minha opinião sobre o nazismo que surgiu no entre guerras é super favorável… Ritler (SIC) tinha razão, tem classe superior e classe inferior, por exemplo aqueles que votaram em Lula são inferior (SIC). O arianismo está em voga”, escreveu o professor de História. Minutos depois soltou a pérola: “Hitler foi melhor que Jesus, pelo menos expurgou o que não prestava (…) Se nós tivéssemos Hitler como governo não seríamos o país de idiotas que somos”.

Quando perguntado se os eleitores de Lula (PT) deveriam ser executados, não pestanejou: “Sem dúvidas, irmão. E eu é que queria ser o cara responsável por expelir o gás”.

O caso voltou a ser assunto na última terça-feira (14) quando o professor novamente fez apologia da personalidade de Hitler e de ideias nazistas, dessa vez em sala de aula e após retornar do primeiro afastamento. Nas imagens gravadas no dia anterior, ele foi flagrado por estudantes enquanto repetia os mesmos discursos de ódio.

Alunos revoltados com a postura do docente gravaram o momento em que Rubenval fez seu discurso e o expuseram nas redes sociais. “O Hitler botava umas roupas aqui para encher o peito, e ele tinha pernas curtas, era baixinho”, diz o professor, ao que um aluno contesta: “E o professor apoia o que ele fez?”.

“Sim, claro”, responde Rubenval. E emenda: “Por isso que me chamam de nazista”. O aluno volta a questionar se o professor apoia o nazismo. A resposta: “Cara, eu tenho a imaginação que pela época… tem alguém gravando?… eu tenho uma admiração pelo Hitler enormemente (SIC). Mas pera lá, não confundam aqui, eu sou um cara que está lendo o Hitler”, diz o professor antes que o vídeo seja encerrado.

Após a divulgação do episódio, o reincidente professor foi afastado pela segunda vez, e a princípio por 60 dias. No entanto, com a conclusão do inquérito policial na última sexta-feira (17) e seu consequente indiciamento, foi pedido um afastamento de pelo menos 90 dias ou até a conclusão do processo. Mas a história deu mais voltas.

Em operação de busca e apreensão na sua casa, a polícia encontrou em um dos celulares do professor com mensagens diferentes, mas como mesmo teor, das que causaram seu primeiro afastamento. O Ministério Público pediu sua prisão, que foi negada pela Justiça. Em contrapartida, o juiz determinou que Rubenval não pode se aproximar da escola e que seu afastamento da função pública será de pelo menos 180 dias.