Temendo CPI do Genocídio, Alexandre Garcia esconde vídeos em que defende cloroquina

Jornalista deletou mais 61 conteúdos de seu canal no YouTube. Em janeiro, Bolsonaro compartilhou vídeo que recebeu alerta de "enganoso e potencialmente prejudicial"

Reprodução/YouTube
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O jornalista e comentarista da CNN Brasil, Alexandre Garcia, apagou mais 61 vídeos de seu canal no YouTube na terça-feira (4). Trata-se de mais uma leva de conteúdos que o bolsonarista escolheu esconder de sua página. Ao todo, 495 vídeos foram deletados ou tornados privados nos últimos dias.

Entre os conteúdos que foram deletados na terça-feira, estão vídeos que envolvem críticas ao lockdown e ao Supremo Tribunal Federal (STF), e elogios ao chamado "tratamento precoce", que envolve o uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina, que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19.

O levantamento de vídeos deletados no canal do bolsonarista foi compartilhado nas redes sociais pelo jornalista Guilherme Felitti, do Novelo Data. Segundo ele, o conteúdo escondido por Garcia é quase metade dos mais de 1.110 vídeos que ele tinha no canal do YouTube.

https://twitter.com/gfelitti/status/1389925305494773764

O presidente Jair Bolsonaro costuma compartilhar vídeos do jornalista em suas redes sociais. Em 15 de janeiro deste ano, o ex-militar usou falas do jornalista para defender o "tratamento precoce" contra a Covid-19. A publicação, no entanto, recebeu um alerta no Twitter como "informação enganosa e potencialmente prejudicial".

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1350149912009334784

A limpeza de Alexandre Garcia em seu canal do YouTube coincide com o início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que investiga as ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro na pandemia do coronavírus.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse à comissão, nesta terça, que a Consultoria Jurídica do ministério, órgão setorial da Advocacia Geral da União (AGU), apontou que a compra de cloroquina e hidroxicloroquina, recairia em improbidade administrativa. O Brasil comprou cloroquina suficiente para 18 anos de abastecimento.