Trabalhador é resgatado em situação análoga à escravidão com Covid, fome e sem tratamento

Caso ocorreu no plantio de cana-de-açúcar nos municípios de Guará e Ituverava. Além dele, foram resgatados outros 21 trabalhadores

Foto ilustrativa: Divulgação/MPT
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O Grupo de Fiscalização Móvel resgatou, em uma operação iniciada no dia 9 de abril, 22 trabalhadores em condições análogas à escravidão no plantio de cana-de-açúcar nos municípios de Guará e Ituverava (SP). Um deles, de acordo com relato de auditores fiscais do trabalho à coluna de Leonardo Sakamoto, estava com Covid-19.

Este foi o primeiro caso de uma pessoa escravizada que testou positivo para a doença, conforme relato dos fiscais.

Ele disse que teve febre, dores no corpo, tosse e dificuldade para andar. Não contou com assistência médica do patrão. Conseguiu, por fim, fazer um teste que acusou o resultado.

Os trabalhadores foram aliciados mediante falsas promessas, como a garantia de salários de até R$ 4.200 por mês, alojamentos dignos e boas condições de serviço. Já no local, no entanto, a realidade foi outra. A remuneração foi reduzida por conta de dívidas com gastos nos alojamentos, colchões entre outras, o que é uma prática ilegal. A dívida também incluía o transporte desde Vitória do Mearim (MA), onde foram aliciados.

O grupo, que havia sido "vendido" de um empregador para outro, também foi vítima de tráfico de seres humanos e passava fome. A fiscalização chegou a custear alimentação aos trabalhadores.

Além disso, eles não contavam com instalações sanitárias nas frentes de trabalho, fazendo suas necessidades fisiológicas no mato. Os alojamentos estavam sob risco de incêndio por conta de instalações elétricas precárias. Não havia nem papel higiênico e o mau cheiro era generalizado.

Leia a matéria completa na coluna de Leonardo Sakamoto