UFRJ investigará caso de black face em trote da Engenharia

Caloura foi pintada de preto e vestida de garçonete na última quinta-feira (5)

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A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) declarou que irá investigar o trote em que uma aluna de Engenharia foi pintada de preto e vestida como garçonete no campus de Macaé da instituição. A chamada prática de "black face" ocorreu nesta quinta-feira (5). Esse tipo de prática era usada em filmes antigos e é considerada extremamente ofensiva pelo movimento negro, por retratar os corpos negros de forma ridicularizada. Na sexta-feira (6), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ se manifestou, nas redes sociais, sobre o assunto: "Essa prática racista foi combatida pelo movimento negro ao longo de dois séculos por ser extremamente ofensiva às pessoas negras e representar uma ideia de supremacia branca, ironia e ridicularização dos corpos negros como caricatos". "Evidentemente não houve uma preocupação qualquer com a possibilidade de pessoas negras serem ofendidas e deixou nítida a atitude racista e desrespeitosa vinculada a foto", completa e texto. "O que as fotos representam é, por si só, muito desgastante para quem vê toda uma luta ancestral para que práticas racistas, como o Black Face, não aconteçam mais", diz a nota do DCE. https://www.facebook.com/dce.ufrj/photos/a.197094147166376/1266783170197463/?type=3&theater As fotos da "brincadeira" foram compartilhadas em redes sociais e geraram polêmica e revolta. O Diretório também se disponibilizou a receber outras denúncias de trote, informando que esse não foi o único aspecto problemático do qual foram informados. https://twitter.com/apcsc/status/1236062971740262407?s=20 A Direção do Campus também se manifestou sobre o ocorrido, por meio de nota oficial no site, e garantiu que o caso será investigado: "A Direção do Campus UFRJ-Macaé repudia quaisquer manifestações de caráter racista em suas dependências e abrirá inquérito para apurar o ocorrido no dia 05 de março no trote dos calouros da Engenharia". A instituição também terá eventos de trote proibidos em seu espaço enquanto durarem as investigações. "Lançamos, no início da semana, uma campanha para impedir o trote violento ou vexatório e garantimos que condutas de caráter racista, homofóbico, sexista ou que configure qualquer tipo de discriminação serão severamente punidas", afirma o texto.