"Vendilhões": Operação do MP de Goiás mira padre que teria usado doações para basílica para comprar casas de luxo

Investigação teve origem após o padre Robson Oliveira ter sido vítima de extorsão de hackers que pediram R$ 2 milhões para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que poderiam prejudicá-lo

Padre Robson Oliveira - Reprodução/Facebook
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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) desencadeou uma operação nesta sexta-feira (21) que investiga um suposto esquema criminoso que desviava doações de católicos do Santuário Basílica de Trindade, cidade na Região Metropolitana de Goiânia conhecida como a "capital da fé" do estado, para a compra de imóveis de luxo do padre Robson de Oliveira Pereira, fundador e presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que administra o local.

A operação foi batizada como "Vendilhões" e apura crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação criminosa. São cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, inclusive, em imóveis luxuosos ligados ao padre Robson.

Segundo as investigações nos últimos 10 anos foram movimentados nas contas da Afipe cerca de R$ 2 bilhões, sendo a maioria fruto de doações para a construção da nova Basílica da cidade.

No entanto, boa parte do dinheiro teria sido usado na compra de imóveis, propriedades rurais, cabeças de gado e emissoras de rádio. Entre os imóveis ligados ao padre Robson está uma chácara com piscina aquecida. O pároco teria acompanhado o cumprimento de uma das ordens na Casa dos Padres, onde mora.

Extorsão
Segundo o MP, a investigação teve origem após o padre Robson ter sido vítima de extorsão de hackers que pediram R$ 2 milhões para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que poderiam prejudicá-lo.

Para não vazar o conteúdo, os criminosos pediam quantias altas, que eram transferidas da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) para as contas bancárias indicadas pelos criminosos. Também foram realizados pagamentos de quantias que variaram de R$ 50 mil a R$ 700 mil, em espécie.

Um hacker chegou a ser condenado por extorquir R$ 2 milhões do padre ameaçando revelar um suposto caso amoroso do religioso.