Vereador bolsonarista do CE é indiciado por ter ido a GO "caçar" Lázaro

Inspetor Alberto, que é aposentado da Polícia Civil cearense, foi com uniforme do órgão e com várias armas, inclusive fuzis, atuar em Goiás, o que é ilegal. Ele postou várias fotos na época, sempre com a truculência já conhecida na Câmara de Fortaleza

Edição de imagens/Redes sociais
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O vereador bolsonarista de Fortaleza (CE) Inspetor Alberto (Pros), que é aposentado da Polícia Civil cearense, foi indiciado nesta quinta-feira (30) por usurpação da função pública e porte ilegal de arma de fogo por ter ido a Goiás, em junho, participar ativamente das buscas pelo assassino Lázaro Barbosa, que aterrorizou a região Centro-Oeste por 20 dias e acabou morto por forças de segurança.

A investigação da própria corporação policial à qual pertenceu concluiu que ele "após afastado, jamais poderia voltar a praticar ato privativo da Polícia Civil, ainda mais se utilizando de vestimenta da instituição, arma de fogo e outros símbolos".

Em suas redes sociais, o parlamentar radical aparece em vídeos e fotos no estado do Centro-Oeste, inclusive portando fuzis e usando as roupas oficiais da Polícia Civil do Ceará.

Há ainda uma gravação na qual o vereador para um carro e, de arma em punho, dá ordens ao motorista e procede com uma revista. O episódio é relatado no inquérito encaminhado à Justiça.

"Em determinado vídeo, José Alberto Bastos Vieira Junior aborda um veículo e determina que seu ocupante abra o porta-malas para que seja realizada uma vistoria", diz o documento.

A investigação alega ainda que o inspetor aposentado deve ser punido por estar "utilizando indevidamente a imagem institucional da Polícia Civil do Ceará para alavancar a sua carreira política e suas pretensões e interesses pessoais".

A defesa do vereador-policial chegou a entrar com um pedido de habeas corpus preventivo na Justiça para tentar barrar o inquérito instaurado, alegando que não caberia à Polícia Civil do Ceará realizar tal procedimento, já que o episódio teria ocorrido em Goiás.

Os argumentos, no entanto, não foram aceitos pelo juiz que recebeu o pedido e as investigações prosseguiram, até o indiciamento do político bolsonarista.