Vereador suplica a menor de 17 anos para não ser denunciado por assédio sexual: “eu estou desesperado!"; ouça o áudio

O vereador tucano Fulvio Cuba do Amaral, de Cerquilho (SP), é dono da farmácia onde a menor trabalhava e chegou a oferecer R$ 500 para ter relações sexuais com ela, segundo a vítima

O vereador Fulvio Cuba do Amaral. Foto: Divulgação
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O vereador Fulvio Cuba do Amaral (PSDB), de Cerquilho (SP), gravou áudio onde se diz “desesperado” e pediu para que a adolescente de 17 anos, que fez uma denúncia contra ele por assédio sexual, não procurasse a Polícia Civil para registrar o caso.

De acordo com a vítima, o parlamentar chegou a oferecer R$ 500 para ter relações sexuais com ela.

"Viu, pelo amor de Deus, não faz nada contra mim perante a delegacia, nada, boletim de ocorrência. Não por causa de mim, por causa do [nome]. O [nome] não consegue entrar na polícia, eu estou desesperado!", diz o vereador no áudio.

Os apelos do vereador de nada adiantaram. A jovem procurou a polícia em 1º de abril, um dia depois do suposto assédio.

A SSP não identifica os envolvidos por conta da Lei de Abuso de Autoridade, mas confirma que, na data do registro do boletim de ocorrência, um homem de 45 anos foi detido por importunação sexual.

A menor trabalhava na farmácia de propriedade do vereador. A adolescente contou em entrevista ao G1 que já tinha passado por algumas situações constrangedoras com ele no trabalho, mas nada como no dia 31 de março.

No dia do assédio,o vereador chegou a oferecer R$ 500 para que ela tivesse relações com ele. A adolescente negou e, mais tarde, o parlamentar se aproximou dela.

"Já estava quase na hora de eu sair, só estávamos nos dois na farmácia. Entrei na cozinha para beber água e ele foi atrás. Eu estava de costas e ele veio e me segurou por trás. Não me deixava sair, eu falando que não queria, tentando empurrar, tentando sair daquele lugar. Já ficando muito desesperada. Ele tentou me beijar, dizia que estava sendo carinhoso comigo. Foi horrível. Nunca passou pela minha cabeça viver isso. Com 17 anos, só estava pensando na minha faculdade", conta a menor.

Em nota, a assessoria jurídica do vereador informou:

"Ao receber qualquer notificação oficial, será avaliada a necessidade de interposição de medidas administrativas, judiciais ou perante a imprensa. Contudo, informa desde já que a denúncia está sendo investigada e corre em segredo de Justiça, sendo que a exposição está ocorrendo por parte exclusiva da ex-funcionária e do seu procurador. Por fim, esclarece que foi lavrado boletim de ocorrência de calúnia e difamação contra a ex-funcionária e de lesão corporal contra o pai da ex-funcionária. O vereador Fulvio não medirá esforços para provar sua inocência e encerrar de uma vez por todas essas acusações desconexas", diz o texto.

Com informações do G1