Weintraub ignora pedidos de adiamento e inicia inscrições para o Enem nesta segunda

Entidades, políticos e alunos argumentam que a pandemia e as condições de ensino vão agravar as desigualdades do país

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (Foto: Reprodução)
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Em meio à pandemia de coronavírus e ignorando inúmeros pedidos de adiamento, serão abertas nesta segunda (11) as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Os candidatos devem fazer o cadastro no site oficial da prova até 22 de maio.

As provas presenciais vão ocorrer em 1 e 8 de novembro e a primeira versão digital do exame será em 22 e 29 de novembro. A taxa de inscrição é de 85 reais e deve ser paga entre 11 e 28 de maio, em agências bancárias, casas lotéricas e correios.

Os estudantes que tem isenção da taxa também devem se inscrever. Os candidatos que não pediram isenção, mas se encaixam em um dos critérios para receber o benefício, terão direito mesmo sem a solicitação formal. O Inep informou vai garantir a gratuidade da taxa de inscrição a todos os participantes que se enquadrarem nos perfis especificados nos editais do Enem.

"A regra vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem digital e se aplica, inclusive, aos isentos em 2019 que faltaram aos dois dias de prova e não tenham justificado ausência", informa o site oficial do Enem.

É preciso entrar no site e informar o número do CPF e do RG. A senha de acesso permitirá verificar o cartão de confirmação e os resultados do candidato. É preciso também ter um número de celular e um e-mail válidos para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) envie comunicados.

Uma série de pedidos de adiamento foram feitos desde que foi divulgado o edital. O mais recente foi feito por universidades públicas e colégios federais do Rio de Janeiro: assinado por dirigentes de 11 instituições, o documento rechaça “qualquer tentativa de difundir uma sensação de normalidade falseada".

Elas defendem que, se o cronograma do Enem for mantido, haverá uma ampliação das desigualdades de acesso ao ensino superior.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) argumentou que a pandemia e as condições de ensino vão agravar as desigualdades do país. O Conselho afirma, em nota, que os estudantes das escolas públicas serão os mais afetados pelo não adiamento do exame.

"Para o Consed, a manutenção do calendário publicado, especialmente das datas de realização das provas, deverá ampliar as desigualdades entre os estudantes do Ensino Médio em todo o país no acesso às instituições de Ensino Superior. Mesmo considerando as soluções e ferramentas que estão sendo implantadas nas redes privadas e públicas para minimizar as perdas do período de suspensão das aulas presenciais, elas não chegarão para todos os estudantes brasileiros, especialmente os mais carentes", diz o texto.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) pediram suspensão do edital e afirmaram que o Ministério da Educação e o Inep não demonstram "sensibilidade para o momento".

Políticos da ala progressista, personalidades, alunos, pais e outros também se manifestaram pelo adiamento da prova.

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