Levantamento DataFórum desta segunda-feira (10) mostra que a tensão entre as comunidades pró-Lula e pró-Bolsonaro se aprofundou, mas, o campo de apoio ao presidente teve de responder e explicar apoios à candidatura presidencial da extrema direta.
A comunidade pró-Lula soube tirar proveito do apoio do goleiro Bruno, condenado por assassinar a sua namorada, Eliza Samudio, e da intenção de Bolsonaro, caso reeleito, de nomear o ex-presidente Fernando Collor, que foi cassado por corrupção, ministro em um eventual segundo mandato.
No caso do goleiro Bruno, internautas apontaram para a hipocrisia do discurso bolsonarista, que se diz defensor da família e "de bem", mas caminha com figuras como o ex-jogador.
Por sua vez, a aliança de Collor com Bolsonaro serviu como alerta, pois, caso o presidente seja reeleito, deve nomear o ex-presidente, que foi cassado por escândalo de corrupção, confisque dinheiro dos cidadãos como fez durante a sua gestão nos anos 1990. A comunidade pró-Lula obteve 62% de menções no Twitter.
Entre a comunidade pró-Bolsonaro prevaleceu a disseminação de fakes news e o uso do vitimismo, pois, os militantes de extrema direita se dizem "perseguidos pelo poder judiciário". A comunidade pró-Bolsonaro teve das 33% citações.
Foram analisados 2.127.742 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_
Apoio do goleiro Bruno a Bolsonaro é considerado "simbólico" por lulistas
Tiveram grande alcance tweets de internautas que não costumam participar do debate político e não são influenciadores digitais, mas que manifestaram sua preferência por Lula e repúdio ao Bolsonaro.
O apoio ao Bolsonaro anunciado pelo Goleiro Bruno, condenado pelo assassinato, foi considerado simbólico e representativo e foi bastante disseminado por apoiadores do Lula. O apoio do Collor ao Bolsonaro também foi explorado de maneira negativa.
Viralizou um vídeo com crianças repetindo frases chocantes do Bolsonaro e também diversos vídeos do próprio Bolsonaro falando barbaridades. Informações escandalosas sobre o uso de recursos do orçamento secreto também tiveram bom alcance, com afirmações de que a corrupção não aparece porque não é investigada.
Bolsonaristas intensificam ataques contra o STF
Houve destaque para adesões ao bolsonarismo, principalmente no Nordeste, com destaque para prefeitos da Paraíba. Bolsonaristas levantaram outro vídeo de Mara Gabrilli, desta vez mais antigo, falando do caso Celso Daniel e fazendo ilações em relação ao Lula.
Em dois destaques foi postado vídeo de Lula supostamente incentivando invasões, queima de pneus e controle dos meios de comunicação. Houve reclamações sobre decisões do TSE de retirar desinformação das redes, com alegações de que a corte é favorável à esquerda e promove censura e perseguição à direita.
Ciristas formam nova comunidade
Um grupo se formou com perfis ligados ao cirismo e integrantes de alas do partido Novo. Houve forte tom anti-Lula, mas também anti-Bolsonaro, mesmo que com medidas diferentes.
Entre os destaques, alimentou-se o desconforto de ciristas fazerem campanha para Lula no 2º turno. Existe campanha forte pelo voto nulo, afirmando-se que houve virada de votos neste sentido, retomando o discurso de que Lula e Bolsonaro são faces da mesma moeda. Bolsonaro é criticado principalmente por seu plano, revelado pelo General Mourão, de aumentar cadeiras no STF.