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"Lulapalooza" quebra a internet e vira festival político: confira os dados do Twitter

Dados compilados pelo DataFórum mostram que os bolsonaristas ficaram encurralados na rede diante da reação de progressistas e artistas à tentativa de censura ao Lollapalooza por parte de Bolsonaro junto ao TSE

Marcelo D2 e Planet Hemp no Lollapalooza.Créditos: Instagram/ @youknowmyface
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A reação ditatorial de Jair Bolsonaro ao colocar advogados de seu partido, o PL, para tentar censurar as manifestações políticas a partir do ato da cantora Pabllo Vittar, que desfilou com toalha com rosto de Lula (PT), quebrou a internet e fez o festival de música Lollapalooza invadir o universo virtual da política.

Dados compilados pelo DataFórum com os termos "Lula", "Bolsonaro", "Moro" e "Ciro" mostram que no domingo (27) e na segunda-feira (28) o Twitter virou palco de interação entre o festival - que ganhou o apelido de "Lulapalooza" - e a campanha eleitoral, que tragou para o debate boa parte da classe artística.

Enquanto nomes como Djonga, Marina, Lulu Santos, Emicida, Criolo, Marcelo D2 e bandas como Planet Hemp e Fresno se manifestavam nos palcos montados no Autódromo de Interlagos em São Paulo no domingo, mais de 1,1 milhão de tuites foram disparados fazendo a intersecção entre a música e a política - no dia seguinte foram mais 577.876 interações.

A reação à decisão do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que concedeu o pedido de censura fez com que os bolsonaristas ficassem encurralados na rede.

No domingo, 40% das interações partiram de perfis ligados ao mundo entretenimento e outros 38% de progressistas - apoiadores da candidatura Lula. Somados, os tuites quebraram qualquer tentativa de reação de bolsonaristas, que somaram apenas 16% das interações.

Legenda
Entretenimento (laranja) - 40%
Progressistas / Lulistas (azul) - 38%
Bolsonaristas (rosa) - 16%
Lavajatismo (verde claro) - 2%
Cirismo (azul escuro) - 1%

No dia seguinte, os bolsonaristas seguiram encurralados, o que fez Jair Bolsonaro afirmar que a iniciativa da censura não partiu dele. Diante do estrago nas redes, o presidente determinou que advogados do PL retirassem a ação, impedindo que o processo fosse analisado pelo plenário do TSE e avalizasse, em setembro, manifestações que ocorrerão no Rock in Rio às vésperas da eleição.

Dos mais de 578 mil tuites, 23% partiram de uma tentativa de reação do bolsonarismo, citando a redução dos recursos da Lei Rouanet e desobediência.

No entanto, o discurso foi abafado pelos progressistas (23%), que destacou o erro estratégico do PL e de Bolsonaro.

Junto a eles, cerca de 20% dos tuites partiram de pessoas que comentavam sobre o Lollapalooza e a tentativa rídicula de censura de Bolsonaro, comparando com o caso de corrupção no MEC.

No mundo do entretenimento, um outro caso, do tapa do ator Will Smith no comediante Chris Rock durante o Oscar respingou na campanha bolsonarista. Com 20% das interações, os tuites trouxeram para o cenário comentários críticos a Bolsonaro, sugerindo que ele mereceria ter levado um bofetão equivalente no início de sua carreira política.

Legenda
Bolsonaristas (verde escuro) - 23%
Progressistas / Lulistas (rosa) - 23%
Entretenimento / Oscar (laranja) - 21%
Lollapalooza (azul) - 20%
Lavajatistas (vermelho) - 4%

Veja as nuvens de termos relacionados no domingo (27)

- Entretenimento (laranja) - 40%

- Progressistas / Lulistas (azul) - 38%

- Bolsonaristas (rosa) - 16%

- Lavajatismo (verde claro) - 2%

- Cirismo (azul escuro) - 1%