ELON MUSK

Google e Apple podem bloquear aplicativo do Twitter caso rede mude políticas sobre discurso de ódio

Especialistas apontam que Elon Musk pode ter problemas para impor sua linha na rede social

Escrito en TECNOLOGIA el

O bilionário Elon Musk pode sofrer um revés inesperado na empreitada de mudar as políticas do Twitter sobre restrição a discursos de ódio e fake news. Especialistas em tecnologia e ativistas tem apontado para uma possível retaliação do Google e da Apple à rede social - com a exclusão dos aplicativos dos sistemas operacionais de celulares - caso haja uma mudança nessas políticas. O acesso de usuários à rede através dos celulares é o principal meio de uso da plataforma.

O assunto ganhou repercussão no Twitter após uma postagem do ativista Shaun King. "Fui informado esta manhã que a Apple e o Google removerão o Twitter da App Store se ele não moderar e remover o discurso de ódio. Esta não é uma política nova, mas um compromisso já assumido. A Amazon Web Services tem o mesmo compromisso. Então é isso", disse King.

A possibilidade foi corroborada por outros analistas, inclusive adeptos do Partido Republicano, que criticaram Tim Cook, CEO da Apple. 

Fórum questionou o pesquisador Felipe Pena, professor de Comunicação da UFF e coordenador de uma pesquisa sobre fake news na universidade, sobre essa possibilidade. Para ele, a remoção não seria uma novidade tendo em vista que a Apple já fez isso com outras plataformas que permitem a disseminação de discurso de ódio livremente.

"É possível sim. A Apple é muito mais poderosa que o Twitter, não dá para ele brincar com a Apple. E o Twitter é muito importante, afinal muitos usuários acessam a rede pelo celular, por iPhone ou Android. Existe essa possibilidade, há precedentes", disse Pena.

O jornalista, no entanto, acredita que não deve se chegar a esse ponto. Ele, inclusive, coloca em dúvida a continuidade do negócio. "Acho que o negócio não vai ser concretizado. Só hoje ele perdeu 128 bilhões de dólares em ações da Tesla por causa disso do Twitter. Talvez ele se arrependa um pouquinho...", declarou. A compra da rede social custaria 44 bilhões de dólares ao bilionário.