Levantamento realizado pelo DataFórum com dados prospectados do Twitter desta quinta-feira (12) revela que a pauta da economia fez com que os grupos lulistas superassem novamente os grupos bolsonaristas.
Os grupos de apoio ao presidente Bolsonaro (PL) tentaram emplacar a pauta da economia a partir da perspectiva de que a atual crise econômica é resultado das políticas de combate ao coronavírus, discurso adotado pelo presidente ao longo dos períodos mais crises da pandemia.
Mas, foi justamente a pauta da economia que fez com que os grupos lulistas e progressistas superassem mais uma vez os bolsonarisatas. Juntos, os dois grupos de apoio ao presidente Lula somaram 52% das interações.
Foram analisados 566453 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: 'Lula', 'Bolsonaro', 'Ciro', 'Moro', 'Alckmin', 'Eduardo Leite', 'Simone Tebet' e 'Doria'.
Análise dos dados
Ao tentar pautar a economia nas redes, os grupos bolsonaristas atribuíram a inflação ao lockdown realizado na pandemia e divulgou seu canal no Telegram, enquanto uma influenciadora da comunidade colocou a culpa no cenário internacional. Porém, o principal assunto da comunidade foi o estímulo ao entrevero entre Bolsonaro e TSE.
As redes lulistas surfaram na crítica de Lula a Bolsonaro, onde o ex-presidente o classificou como "inepto" para governar e posicionou-se contra a privatização da Petrobras e da Eletrobras. A pauta econômica marcou presença, mas também houve destaque para a dívida que Moro deixou para o Podemos e o uso por bolsonaristas das falas do Ciro contra o Lula.
Entre os progressistas, o tom do humor marcou a sua interação. O grupo destaca o bom humor e críticas ao comportamento de alguns fãs do músico Djonga que, ao aparecer em foto com Lula, teria perdido seguidores nas redes sociais. Djonga é destaque em outras publicações, onde é ressaltada a sua felicidade ao lado de Lula em foto publicada na esteira da passagem do ex-Presidente por Minas Gerais.
Já os ciristas repercutiram uma fala de Ciro Gomes sobre uma possível ausência de Lula e Bolsonaro nos debates eleitorais. Chamou os outros dois candidatos de “fujões” e “farinha do mesmo saco”. As falas de Ciro que circulam em grupos de WhatsApp bolsonaristas foram defendidas, como se fossem críticas ao rentismo, defesa da soberania nacional e a necessidade de um PND.
Por fim, os lavajatistas tiveram como principal discurso nas redes a defesa do voto na terceira via. Segundo eles, a narrativa de que se tem que escolher logo o candidato retira a liberdade dos cidadãos. Moro é destacado como um outsider a este suposto maniqueísmo.