ELEIÇÕES 2022

DataFórum: força da cultura pop faz Lula virar o jogo no Twitter

No embate direto, apoiadores de Lula repercutem declaração sobre uso político do cristianismo enquanto bolsonaristas ecoam o "medo do comunismo".

Lula com artistas na Bahia. No detalhe, Majur, que bombou nas redes lulistas.Créditos: Reprodução/Instagram
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Na disputa no Twitter, principal arena do debate político nas redes sociais, Lula (PT) tem contado com um apoio imprescindível para virar o jogo: a cultura pop - que mostra ainda que na narrativa de costumes, o conservadorismo cultural de Jair Bolsonaro (PL) não vai além da própria bolha.

Nesta terça-feira (15), a rede de ódio bolsonarista atingiu 36% dos 546.569 tuites trocados no universo monitorado pelo DataFórum. Os apoiadores de Lula foram responsáveis por 35% dessas interações.

No entanto, esse índice somado aos 19% das trocas na rede de cultura pop pró Lula batem 54% das interações analisadas. 

Esta comunidade comentou de forma bem-humorada fatos da política nacional, muito favorável ao Lula e crítica ao Bolsonaro e Moro. Moro foi referenciado à sua passagem pela Europa, criticando sua postura "colonizada". Bolsonaro foi destacado como alguém que gosta de ver o país sangrando. Já Lula foi exaltado, com influencers ressaltando a importância de votar nele para resolver os problemas do Brasil e se livrar de Bolsonaro.  

Nesta comunidade, foi destaque o tuite do perfil da cantora baiana Majur, considerada a "nova cara do afro futurismo" do mundo pop. "O Lula não vai salvar o Brasil, o Lula vai tirar o bolsonaro", disse no tuite, que teve mais de 10 mil interações.

Comunismo x uso político do cristianismo 

Na batalha direta, apoiadores de Jair Bolsonaro enfatizaram o "medo do comunismo", alimentado diuturnamente pelo presidente, além de comemorarem a fixação  do teto do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, com diversas postagens destacando que o PT votou contra a proposta, afirmando que o partido não quer ajudar a população durante o governo. Novamente um ministro do STF foi atacado, desta vez o Fachin.

Do outro lado, lulistas repercutiram a fala do presidenciável petista, que criticou o uso político do cristianismo por Bolsonaro. Dois tuites de Lula tiveram muita repercussão no universo pesquisado. Em um deles, o petista desmente fake news de que ele quer usar linguagem neutra na Bíblia.

"Tem gente compartilhando por aí a fake news dizendo que Lula quer modificar a Bíblia. Quem distorce os ensinamentos da Bíblia são aqueles que defendem o ódio ao invés do amor. Compartilhe @verdadenarede", tuitou.

A comunidade deu destaque ainda para o desaparecimento de Dom Philips e Bruno Pereira, associando ao desmonte das políticas ambientais e da Funai no governo Bolsonaro. Repercutiu um tuite sobre as circunstâncias da morte do Teori Zavascki, afirmando que o ex-ministro do STF era um empecilho para a Lava Jato. Também bombou um vídeo da vereadora de Porto Alegre, Laura Sito, no qual ela coloca adesivos ao lado de preços no supermercado lembrando dos valores no governo Lula.

Os ciristas voltaram a ocupar apenas 3% das interações. Em seu levante, Ciro Gomes (PDT) voltou a afirmar que é o único capaz de derrotar Lula num segundo turno, tentando conquistar votos antipetistas. Repercutiu também nesta comunidade a entrevista de Ciro ao G1, inclusive com postagens de influencers da mídia, como Renata Lo Petre e Vera Magalhães. 

Com Moro fora da disputa presidencial, os apoiadores do ex-juiz ainda atingem os mesmos 3% da comunidade em torno de Ciro. 

Na rede, os lavajatistas atacaram Lula e os governos petistas. Falaram da gestão dos recursos do BNDES, afirmando que nos governos do PT os repasses do Banco eram concentrados em poucas empresas. Moro disse que inicia sua campanha pelo Paraná, afirmando que sua luta contra a corrupção continua, sem esclarecer, no entanto, a que cargo vai concorrer.