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DataFórum: Moro tenta surfar com história do PCC, mas é desmascarado na internet

A ofensiva da extrema direita em associar o governo Lula ao crime organizado começa a perder força

DataFórum: Moro tenta surfar com história do PCC, mas é desmascarado na internet.Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil 
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Levantamento DataFórum desta segunda-feira (27) mostra que a estratégia da comunidade da extrema direita de usar o caso PCC/Moro para vincular o governo Lula e o PT ao crime organizado começa a perder força. Isso pode ser observado ao volume de tweets da referida comunidade: apesar da superioridade numérica, o volume voltou ao padrão de três semanas atrás. 

Além disso, os dados também não são bons para o ex-juiz Sergio Moro. O senador tentou surfar a partir da fala do presidente Lula, que lançou suspeita sobre o "plano do PCC para matar Moro", e reanimar os setores da sociedade órfãos da Operação Lava Jato. 

No entanto, uma série de declarações mentirosas de Sergio Moro sobre Lula e o PT foram confrontadas e desmentidas por usuários da internet. 

A extrema direita obteve 47% das menções no Twitter. A comunidade progressista, junto com a pop, obteve 40% das citações. 

Foram analisados 329.073 tweets a partir das tags lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_


Extrema direita 

 

A extrema-direita está radicalizando a tentativa de associar a esquerda com o crime organizado, com destaque para Sérgio Moro, que ressurgiu como influenciador bolsonarista, sendo defendido por expoentes do grupo.

 A associação passa pela citação de um e-mail atribuído ao PCC, que teria no seu endereço "lulalivre", divulgado por Moro e Dallagnol.

 Foi atribuída a Lula a queda na Bovespa e Bolsonaro novamente fez propaganda positiva do seu governo.

 


Progressistas 


O grande destaque foi a revelação de que a esposa de um investigado no caso do PCC tinha contrato com o governo Bolsonaro. 

Diversos influenciadores destacaram a escassez ética de Sérgio Moro, que faz ilações, sem provas, ligando Lula ao PCC.

 Também houve divulgação das realizações positivas do governo Lula no início de seu mandato, e da campanha "Brasil Contra Fake", lançada pela Secom para combater a desinformação. 

Alguns influenciadores lembraram da morte de Teori Zavascki, lembrando que ele era crítico à Lava Jato e que poderia ter colocado freios ao lawfare de Moro de maneira precoce.

 


Cultura de rede / pop 

 

A comunidade de cultura de rede, pró-Lula, também recordou como a morte de Teori Zavascki beneficiou interesses da Lava Jato, além de divulgar a condenação de Nelson Piquet por racismo contra Lewis Hamilton.

 Paulo Coelho, que fez postagem crítica ao governo Lula, foi contraditado por internautas que elencaram importantes avanços no início do mandato. 

Também houve críticas à imprensa liberal, que tenta traçar um paralelo entre Lula e Bolsonaro.

 


Liberais 


Paulo Coelho encontrou guarida entre os opositores do governo Lula, que comemoraram sua crítica ao início do mandato. A mídia progressista foi classificada como "blogs sujos" por um jornalista ultraliberal, descontente por ver um ministro contradizer suas convicções citando veículos progressistas. 

O MBL, mais uma vez, serviu como linha auxiliar da extrema-direita, reverberando a tentativa de relacionar a esquerda com o crime organizado