A estrela GM Aurigae, localizada no hemisfério celeste ao norte, é muito fraca para ser vista a olho nu.
De acordo com a Stellar Catalog, ela é uma estrela da "sequência principal", isto é, faz parte do grupo de estrelas que atingiram uma fase de evolução estável e são capazes de fundir átomos de hidrogênio em hélio. Com um tamanho aproximadamente 2 vezes maior que o sol, a temperatura de superfície dessa estrela atinge cerca de 4014 °C — o que corresponde a até 74% da temperatura solar.
Te podría interesar
Foi ali que uma astrofísica da Universidade Federal de Minas Gerais, Bonnie Zaire, descobriu um novo planeta.
O planeta estaria orbitando essa estrela em uma região de formação estelar situada a pelo menos 521 anos-luz do sol, e o artigo que comunica a descoberta foi publicado na revista Royal Astronomical Society.
Te podría interesar
A descoberta de um novo planeta por Zaire — ou melhor, de um potencial planeta, ou "candidato a planeta" — foi a segunda da história a detectar um sistema planetário orbitando uma estrela jovem como é a GM Aurigae.
Além disso, este é o terceiro planeta identificado ainda no estágio inicial de sua formação planetária.
A detecção do ‘potencial planeta’ foi feita a partir do SPIRou (Spectro-Polarimetric InfraRed Observatory), um espectrógrafo (instrumento utilizado para analisar a luz refletida por um objeto, dividindo-a em diferentes componentes) instalado no telescópio CFHT, no Havaí.
O SPIRou foi projetado para estudar exoplanetas, estrelas e outros objetos astronômicos a partir da observação de comprimentos de onda infravermelhos.
Ao redor da GM Aurigae, observada a partir do equipamento, Zaire notou um movimento interessante, como uma "dança", que indicava a presença de um astro grande o suficiente para alterar seu equilíbrio.
Com o método de velocidade radial, que consiste em observar a velocidade da estrela em relação ao ponto de observação na Terra, ela identificou que se tratava de um planeta.
Esse planeta, denominado "GM Aurigae b", tem um tamanho estimado de cerca de 318 vezes o tamanho da Terra. É um planeta do tipo "Júpiter quente", uma classe de exoplanetas (planetas que existem fora do Sistema Solar) gigantes e gasosos, cujas propriedades os assemelham a Júpiter, mas que contam com períodos orbitais mais curtos.
Para comparação, o GM Aurigae b está numa órbita cinco vezes menor que a distância de Mercúrio em relação ao sol do Sistema Solar.
Agora, de acordo com Zaire, é preciso monitorar as novas estrelas e detectar ainda outros sistemas planetários que orbitem estrelas jovens, para, no fim das contas, entender melhor o funcionamento do Sistema Solar e mesmo "a existência de planetas com condições necessárias à vida humana".