“Ad break”, ou intervalo comercial, é o novo recurso que interrompe a linha do tempo do feed com anúncios no Instagram. Recentemente introduzido nos Estados Unidos, o recurso ainda está em fase de testes e força os usuários a visualizarem anúncios por alguns segundos antes de prosseguirem com outras postagens. O mecanismo tem sido notado na plataforma de compartilhamento de fotos e vídeos da Meta nos últimos dias por alguns usuários.
Eles compartilharam tanto no X quanto no Reddit que se depararam com essa nova funcionalidade. Matthew Tye, porta-voz do Instagram, confirmou ao The Verge essa semana que a rede social está testando o novo tipo de anúncio que não pode ser pulado e que “forneceria atualizações caso este teste resultasse em alguma mudança formal no produto”.
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“Às vezes você pode precisar visualizar um anúncio antes de continuar navegando”, informou também a plataforma de propriedade da Meta à BBC nesta quarta-feira (5). “Estamos sempre testando formatos que podem gerar valor para os anunciantes, novos produtos e soluções publicitárias alinhadas com a evolução das tendências do consumidor e das necessidades de negócios”.
Quando o usuário toca no ícone para obter mais informações sobre o recurso por exemplo, a rede social mostra uma mensagem dizendo: “Os intervalos comerciais são uma nova maneira de ver anúncios no Instagram. Às vezes, você pode precisar visualizar um anúncio antes de continuar navegando”. Um fotógrafo chamado Dan Levy também compartilhou no X o momento em que aparece a função e um usuário do perfil notthatogwiththename disse: “Eu já aguentava a infinidade de anúncios espalhados por todo o aplicativo, mas impossível de pular? Sai fora”:
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A funcionalidade, que é bem semelhante a do Youtube, exibe anúncios que não podem ser ignorados por 3 a 5 segundos. No ano passado, o YouTube inclusive até introduziu comerciais de 30 segundos que não podiam ser pulados em seu aplicativo de TV. O TikTok também tem vincula anúncios em sua plataforma, no entanto, eles ainda podem ser ignorados.
Recurso pode aumentar desinformação
A Meta, responsável pela gestão do Facebook e Instagram, tem como principal fonte de financiamento o mercado de publicidade. Os anúncios exibidos pelas empresas tendem a ser extremamente segmentados e eficazes, pois parecem ter um profundo conhecimento das nossas preferências pessoais.
Como revelou uma reportagem da Fórum em maio, uma pesquisa feita pelo laboratório de pesquisa da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO - UFRJ), identificou 381 anúncios enganosos e 51 anúncios contendo desinformação sobre oa tragédia no Rio Grande do Sul circulando nas plataformas da Meta. Anúncios que promovem produtos ou informações enganosas com a intenção de gerar lucro, ou seja, anúncios fraudulentos também foram identificados.
Outro estudo do laboratório apontou este ano que 207 anúncios patrocinados postados nas redes sociais da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), a chamda bancada ruralista, tinham quase metade das propagandas (94, ou 45%) com algum conteúdo considerado tóxico ou manipulado sobre o Movimento Sem Terra (MST), povos indígenas e restrição aos agrotóxicos, além de greenwashing, de janeiro a novembro de 2023. Leia mais nesta reportagem feita pela Fórum.