MARTE

Amostras de vida em Marte? Perseverance encontrou fortes indícios, mas há um grande problema

Entre os fragmentos de rocha e poeira coletados no planeta desde 2021, há amostras fortemente indicativas de vida, mas o plano para trazê-las à Terra é caro e de difícil execução

Marte - imagem ilustrativa.Créditos: Pixabay
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Um rover da NASA, Perseverance, pousou em Marte em fevereiro de 2021 para coletar amostras geológicas do planeta. 

Entre os fragmentos de rochas e poeira coletados até então há amostras fortemente indicativas de vida, como indicam pesquisas recentes acerca da Cheyava Falls, uma das rochas coletadas pelo rover.

Essa rocha, formada por manchas padronizadas que podem ser registros de micróbios fossilizados, contém, possivelmente, compostos orgânicos (sulfato de cálcio e hematita) que também apontam para a presença de água

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Mas essas amostras de grande potencial, que têm sido coletadas desde 2021, têm, agora, de ser trazidas à Terra — e aí está a parte difícil, que a NASA vem estudando incansavelmente.

De acordo com a agência espacial norte-americana, o plano inicial para trazer as amostras à Terra, elaborado em conjunto com a AEE (Agência Espacial Europeia), era de difícil execução, e muito caro (com um investimento estimado de cerca de US$ 11 bilhões). Além disso, esse plano previa a chegada das amostras apenas em 2040 (a ideia inicial da NASA era trazê-las até 2031). 

Por isso, a agência pediu que instituições de pesquisa do mundo inteiro sugerissem novos planos, e 11 estudos de recomendações foram avaliados pelo conselho, de acordo com informações da Diretoria de Missões Científicas da NASA. 

Um desses planos sugere que um guindaste aéreo, técnica usada para o transporte não convencional de cargas (já empregado anteriormente na missão Curiosity, que foi a Marte em 2012), "capture" os dois rôveres da NASA presentes em Marte, e em seguida usem um módulo de pouso desenvolvido por empresas de tecnologia aeroespacial, como a SpaceX e a Blue Origin, para “desembarcar” na Terra. 

Um veículo específico deve ser usado na superfície do planeta para coletar as amostras do Perseverance e então retirá-las dali usando o Orbitador de Retorno da AEE, que deve transportá-las para a órbita de Marte.

Em seguida, esse orbitador deve voltar à Terra usando uma cápsula de entrada semelhante àquela empregada na missão OSIRIS-REX, que viajou a uma distância de 102 mil quilômetros e entrou na atmosfera da Terra a uma velocidade de 44.498 km/h, atingindo a superfície com sucesso a apenas 17.7 km/h. 

A missão, denominada Mars Sample Return (Retorno de Amostras de Marte, em tradução livre), é uma evolução científica considerável para estudar a viabilidade da vida no planeta, e seria a primeira vez dos cientistas em posse de amostras geológicas indicativas de vida marciana. 

As estratégias estudadas hoje preveem que as amostras cheguem à Terra no máximo até 2039, com custos que podem chegar até US$ 7,7 bilhões, informa a CNN. 

Com o plano atual, a NASA quer trazer as amostras direto para a Terra, sem passar pela órbita da lua — será uma longa viagem.

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