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Super Tucano A-29: como a joia da Embraer conquistou a OTAN e um mercado milionário

Avião de ataque acaba se tornando referência para países por seu custo benefício e alta tecnologia

Super Tucano sobrevoando a Floresta AmazônicaCréditos: Johnson Barros - Aeronaves Ágata 7
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O A-29 Super Tucano, desenvolvido pela Embraer, alcançou um novo marco internacional ao ser reconhecido pelo Comitê de Catalogação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O avião, símbolo da indústria de defesa brasileira, passa agora a integrar o Sistema de Catalogação da aliança militar ocidental, que reúne equipamentos padronizados para uso conjunto e interoperabilidade entre os países membros. O reconhecimento foi confirmado em maio deste ano e deve abrir ainda mais mercados para a empresa brasileira.

O reconhecimento, confirmado pelo Ministério da Defesa, coloca o Super Tucano em um seleto grupo de aeronaves com certificação internacional para missões conjuntas, abrindo caminho para futuras compras por países da Otan.

O modelo foi ainda incluído na lista de “projetos de relevância” da organização — uma distinção que antes havia sido concedida apenas ao cargueiro KC-390, também da Embraer.

“O reconhecimento da Otan representa um marco para a indústria nacional, abrindo portas para novos mercados e consolidando a reputação do Brasil como fornecedor confiável de soluções tecnológicas de defesa”, afirmou o tenente-brigadeiro Heraldo Luiz Rodrigues, secretário de Produtos de Defesa.

Super Tucano A-29

O A-29 é uma aeronave turboélice leve de ataque e treinamento avançado, usada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e por mais de 15 países.

Projetado para operar em condições extremas, o Super Tucano combina simplicidade operacional com alta tecnologia. Pode realizar missões de vigilância, interceptação e apoio aéreo aproximado, além de treinamento tático de pilotos.

Em 2024, as exportações brasileiras de aeronaves entre 2 mil e 15 mil quilos superaram US$ 1 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Parte desse montante veio da venda de 12 unidades da nova versão A-29N à Força Aérea de Portugal, que se tornou o primeiro país da Otan a operar o modelo adaptado aos padrões da aliança.

O governo brasileiro acredita que o uso do Super Tucano por Portugal poderá servir como vitrine internacional, estimulando novas aquisições.

Além da Europa, o avião desperta interesse na África, Ásia e América Latina, especialmente por seu custo-benefício frente a jatos de combate convencionais.

Fabricado em Gavião Peixoto (SP), o A-29 já acumula mais de 500 mil horas de voo em operações reais e é reconhecido por sua robustez, baixo custo de manutenção e eficiência em missões de combate e vigilância. Com a chancela da Otan, o Super Tucano reforça o papel do Brasil como protagonista global na indústria de defesa e consolida a Embraer entre os principais players do setor aeronáutico militar.

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