No interior do Rio Grande do Norte, uma estrutura metálica em meio ao solo avermelhado abriga o Habitat Marte, projeto brasileiro que reproduz as condições do planeta vermelho. Criado em 2017, o espaço funciona como base de treinamento e pesquisa científica, atraindo estudiosos de diferentes países interessados em testar tecnologias ligadas à exploração espacial e à sustentabilidade.
O complexo ocupa cerca de 70 hectares e foi projetado para operar de forma quase autossuficiente. A produção de alimentos é feita por meio de aquaponia, sistema que combina peixes e plantas e permite o reaproveitamento da água. Painéis solares fornecem energia limpa, e parte das pesquisas se concentra em desenvolver soluções sustentáveis que possam ser aplicadas tanto em missões espaciais quanto na Terra.
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Estrutura e simulações
As atividades realizadas no local incluem simulações de missões espaciais, coleta de amostras de solo, observação astronômica e testes de equipamentos. Mais de 200 protocolos e experimentos já foram desenvolvidos desde o início do projeto. As tarefas são divididas entre operações internas, que simulam a vida dentro de uma estação, e externas, realizadas no terreno árido da região com trajes espaciais completos.
O Habitat Marte conta também com duas estruturas complementares: o Lava Cave, espaço rochoso equipado com painéis solares e sistema de captação de chuva, e o Habitat Lunar, uma cúpula projetada para simular ambientes de gravidade reduzida. A localização foi escolhida por suas semelhanças geológicas e climáticas com Marte, o que permite testes em condições extremas.
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O projeto é financiado por parcerias com universidades e instituições internacionais, que enviam equipes e equipamentos para o desenvolvimento de pesquisas. Cada proposta passa por análise técnica antes de ser aprovada.
Reconhecido como o maior centro de simulação marciana da América Latina, o Habitat Marte transformou o sertão nordestino em um campo de experimentação científica e tecnológica voltado para o futuro da vida humana fora da Terra.
