Um projeto privado surgido a partir do Marco Legal das Ferrovias, iniciativa de 2021 que permite que empresas privadas operem ferrovias de interesse público sob regime de autorização (em vez do tradicional modelo de licitações), pretende desenvolver um trem-bala brasileiro que ligue São Paulo a Rio de Janeiro em menos de duas horas.
A proposta é da TAV Brasil, autorizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a cargo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada em 2021. A autorização se estende por um período de 99 anos e permite a construção e a operação do trem, que deve contar com investimentos privados caso saia do papel.
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A ideia, segundo a TAV Brasil, é usar 20% de capital próprio e angariar 80% do orçamento via financiamento privado, entre fundos de pensão, investidores nacionais e internacionais, além do BNDES e de agências de crédito.
Com um investimento estimado em R$ 60 bilhões e previsão de início das operações em 2032, a empresa quer construir 417 quilômetros de via, percorridos a uma velocidade média de 320 km/h, em 1h45 minutos, ligando os dois principais estados do Sudeste (que concentram até 30% do PIB nacional).
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A tarifa estimada para a passagem é de R$ 500, e a linha deve oferecer paradas intermediárias em cidades de interesse, como São José dos Campos ou Volta Redonda. Para essas, o custo da passagem pode ser menor, de até R$ 250.
Os estudos de viabilidade econômica do projeto estão previstos para serem concluídos até 2026, com o início das obras em 2027.
De acordo com a empresa, estima-se que até 30 milhões de pessoas sejam atendidas por ano, e 130 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados no projeto.
O impacto estimado é de R$ 168 bilhões de aumento no PIB regional e nacional até 2055, com uma arrecadação tributária adicional de até R$ 46 bilhões.
Ainda há a necessidade de conduzir estudos de viabilidade, licenciamento ambiental, desapropriações e captação de recursos.