O botox, conhecido pelo uso estético, está sendo estudado como uma alternativa para aliviar a "dor fantasma" que persiste mesmo após a perda de um membro. A substância tem mostrado resultados promissores em pacientes que sofreram amputações, especialmente entre feridos do conflito na Ucrânia.
A pesquisa acompanhou 160 pessoas que perderam membros entre 2022 e 2024. Parte delas recebeu injeções da toxina botulínica tipo A nas áreas próximas às terminações nervosas, além de fisioterapia e medicamentos convencionais. O restante foi tratado apenas com os métodos tradicionais.
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Os resultados indicaram que o botox pode reduzir em até 40% a dor. Entre os pacientes que receberam as aplicações, 69% relataram melhora significativa, enquanto no grupo controle o índice foi de 43%.
Efeito temporário, mas melhora visível
Os médicos observaram que o efeito durou cerca de três meses, período em que a toxina permanece ativa no organismo. Após esse tempo, os sintomas voltaram gradualmente. Ainda assim, os profissionais consideram o avanço importante, já que o alívio permitiu aos pacientes usar próteses com mais conforto e retomar parte da mobilidade.
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O anestesiologista Roman Smolynets, do hospital de Lviv, afirmou que o botox pode se tornar uma ferramenta útil contra a dor pós-amputação. Já o pesquisador Steven P. Cohen, da Universidade Northwestern, explicou que a substância atua bloqueando sinais nervosos e reduzindo a inflamação nos tecidos afetados.
Desde o início da guerra, em 2022, milhares de amputados no país sofrem com dores persistentes — tanto no local da amputação quanto em áreas “fantasmas”. Os médicos agora investigam se a aplicação periódica do botox pode oferecer um alívio prolongado.
Além de tratar amputações, os pesquisadores avaliam o uso da técnica para outros tipos de dor neuropática, como herpes-zóster e síndrome do túnel do carpo. O objetivo é ampliar as alternativas de reabilitação para vítimas da guerra e pacientes com dores crônicas.